Blog do Abilio Diniz

Arquivo : São Paulo

Enquanto a quarta-feira não chega
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Abilio Diniz

Por enquanto, vamos nos contentando com as partidas sem emoção dos campeonatos regionais. Nesta última rodada, o Corinthians de Tite parou no time bem arrumado do Red Bull. O Santos passeou em Marília e o Palmeiras penou para passar pelo XV de Piracicaba. O São Paulo? Conseguiu vencer a Ponte Preta em um momento importante. O time tem jogo decisivo na quarta-feira contra o San Lorenzo pela Libertadores: um jogo para decidir o presente e o futuro.

O São Paulo precisa de tranquilidade e confiança para vencer o momento difícil que está passando. Por este motivo a vitória deste domingo foi importante. Jogou mal como nos últimos jogos, o começo foi horrível com o adversário ameaçando golear. Muricy armou o time com três zagueiros como no jogo contra a Bragantino. Mas desta vez a mágica não funcionou. Boschilia esqueceu a lateral e foi armar o meio campo. Por esta avenida, a Ponte penetrou e numa jogada mortal de linha de fundo e ajudada pela falha grotesca de Auro com a colaboração de Rogério, que ficou olhando, marcou o primeiro gol.

Logo em seguida Rogério se redimiu e salvou o que seria o segundo e o travessão se encarregou de salvar mais um. Em ritmo de treino, o São Paulo cochilava em campo. Thiago Mendes não armava nada e Hudson ficou perdido sem saber se avançava ou defendia. Cafu parecia confuso,  Ewandro e Kardec não existiram. Um a zero foi pouco para a Ponte.

Justiça seja feita, no segundo tempo as coisas mudaram porque mudou o esquema tático e a atitude dos jogadores. Muricy desmanchou os esquema com três zagueiros, colocou Boschilia realmente no meio e finalmente o time começou a correr. Mesmo sem jogar minimamente bem, a mudança foi suficiente para virar o jogo numa bela e rara jogada de Kardec, que deu o passe no meio campo e correu para a área para enfiar o peito na bola e marcar. Esta vitória pode dar força para o jogo de quarta-feira, aquele que realmente vale.

A torcida precisa fazer sua parte. Os são-paulinos precisam esquecer os problemas do clube e lotar o Morumbi. O São Paulo é maior que as dificuldades do momento. É preciso acreditar e fazer a nossa parte. Vamos torcer e apoiar


O fosso entre Londres e São Paulo
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Abilio Diniz

Para os admiradores do futebol, a semana chega ao fim com um contrassenso gritante do esporte. De um lado, temos jogos espetaculares da Champions League, com disputas acirradas, com a garra e entrega de seus jogadores, com estádios cheios e confrontos de encher os olhos de qualquer torcedor. Enquanto isso, aqui no Brasil, seguimos com os apáticos Campeonatos Regionais, inexpressivos dentro e fora de campo.

Quem viu o eletrizante PSG e Chelsea em Londres, decidido na prorrogação, com decisivas atuações de craques brasileiros, e viu no dia seguinte São Paulo e São Bento ou qualquer outro jogo dos campeonatos estaduais teve uma clara dimensão do tamanho do fosso que separa o futebol europeu do futebol brasileiro.

É lamentável o cenário no qual se encontra o nosso futebol e mais lamentável ainda o fato de praticamente nada estar sendo feito por nossos dirigentes para mudar esse cenário, que ficou claro na Copa do Mundo e mais claro ainda desde então.

E o problema não está na falta de talentos individuais. Se não houvesse bons jogadores brasileiros, a Europa e seus clubes não estariam cheios deles, muitos dando show nos campeonatos nacionais e na própria Champions. O que lamento é a limitação tática na qual se encontra a maioria de nossos clubes – mesmo nos que atualmente disputam a Libertadores da América.

É claro que temos exceções, mas no fundo os torcedores estão insatisfeitos. Queremos ver partidas emocionantes. O que dizer de São Paulo x São Bento? Um jogo que chamou mais atenção em seus aspectos externos do que no campo. Em uma noite como a de ontem, 4.000 torcedores se deram ao trabalho de ir ao Morumbi e acabaram mais protestando contra o que viram que torcendo nos 90 minutos de baixíssimo nível técnico. O tricolor consegue uma vitória sofrida por 1 a 0 em um jogo sofrível até para o mais apaixonado dos são-paulinos. Lamentável.

É preocupante imaginar que prestes a disputar um jogo importante na Libertadores tenha sido este 1 a 0 o melhor que o São Paulo conseguiu fazer. Não estávamos com time B ou C. Em campo, o ataque formado por Michel Bastos, Pato, Kardec e Centurión deveria ser suficiente para uma atuação mais ofensiva. Mas o time não encontrou espaço para boas jogadas e não aproveitou a fraqueza do adversário para testar jogadas ensaiadas e corrigir os erros que vem repetindo. Foi só mais do mesmo.

Se a vitória deveria embalar os ânimos da equipe para o jogo contra o San Lorenzo, deixou a desejar. Gostaria de estar mais animado e confiante para os próximos confrontos pela Libertadores. Pode ser que eu me surpreenda, mas acho que não estamos preparados. Como torcedor, continuo esperando o melhor, mesmo estando desapontado.


São-paulinos, o melhor está por vir
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Abilio Diniz

Em clássico pelo Paulistão, o São Paulo tem nova derrota para o Corinthians. Mas não há motivo para tristeza. O jogo de hoje não valia nada, como não valem nada os campeonatos regionais. Eles só fazem sentido para os cartolas da CBF, que se negam a buscar um formato mais inteligente em benefício do futebol brasileiro.

Mas vamos ao jogo: apesar de o São Paulo ter atuado um pouco melhor do que no primeiro confronto contra o Corinthians neste ano – naquela apática partida pela Libertadores, o time de Muricy repetiu os mesmos erros quem vem cometendo.

Mesmo dominando a posse de bola e com um maior número de finalizações que o alvinegro, o São Paulo não conseguiu marcar – assim como aconteceu contra o Rio Claro na rodada anterior.

A defesa continua só olhando a bola, sem marcar o jogador adversário, deixando-o livre, como aconteceu com o Danilo, que recebeu a bola completamente sem marcação. Além disso, o São Paulo se mantém muito lento na transição defesa-ataque.

O time até tentou jogar pelas laterais, mas não conseguiu chegar à linha de fundo. Em resumo, o São Paulo só tem uma jogada: tabelinha se entradas pelo meio. Quando joga contra uma defesa bem armada, não consegue fazer nada.

Enquanto o São Paulo não tem jogadas ensaiadas, o Corinthians tem várias – tanto que Danilo chegou a declarar no intervalo que seu gol foi resultado de uma jogada ensaiada.

São-paulinos, reconheço que perder para um rival é sempre doído. Mas, quem sabe o episódio de hoje possa ser revertido em um aprendizado. Os jogos que valem realmente algo vêm pela frente.

Daqui a duas semanas, enfrentaremos o San Lorenzo pela Libertadores. Quem assistiu ao jogo dos argentinos contra o Corinthians, viu que o time é um adversário difícil. E o jogo que poderemos realmente lavar a alma é o último da fase de grupos pela Libertadores, contra o Corinthians no Morumbi.

Ainda estamos no começo do ano. Temos tempo para nos recuperar. Mas, para isso, é preciso trabalhar e treinar o lado tático, criar jogadas ensaiadas, fazer com que os jogadores se conscientizem de que a marcação deve ser dura, além de conferir velocidade à transição defesa-ataque e criar meios para chegar à linha de fundo.

Não vamos nos lamentar. Vamos olhar com otimismo para frente e ter em mente que para jogar contra o Corinthians de Tite é preciso muito mais que futebol. É preciso também uma boa dose de esperteza.

Por último, uma palavra sobre o Palmeiras, que conquistou sua sexta vitória consecutiva. O Alviverde agora vive uma boa fase com um bom elenco, um belo estádio e conta com forte patrocínio. Enfim, tem tudo para voltar a brilhar. Resta saber se Oswaldo de Oliveira conseguirá dar ao Palmeiras tudo o que ele precisa. Vamos ver.


À espera de algum sentido no Paulistão
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Abilio Diniz

Mais uma rodada do torneio mais sem sentido do futebol brasileiro. Vou continuar falando até que alguém se mexa. Estes torneios regionais precisam mudar.

Enquanto isso, Palmeiras e Corinthians fizeram sua parte. O Alviverde venceu com dois belos gols de Robinho na boa estreia de Arouca. O Corinthians de Tite continua mostrando a competência de seu treinador e venceu bem o invicto Mogi Mirim. Bom jogo.

E o São Paulo? Cheguei a cochilar no início do segundo tempo. Verdade. Fiz o mesmo que alguns jogadores. É claro que o calor estava forte e havia o medo da Dengue, mas, na minha opinião, a melhor forma de fugir dos mosquitos era correndo. Contra o Rio Claro, parece que alguns não se deram conta disso.

Com 15 minutos, felizmente, Muricy resolveu mexer. Tirou Pato e Centurión, que estavam o tempo todo à procura de uma sombra para se instalarem, e colocou Boschilia e Cafu. É claro que melhorou um pouquinho, passamos a jogar com 11. Deveria ter trocado também o Kardec, que já estava pedindo há muito tempo para ser substituído, tantas vezes foi ao chão reclamando de contusão nas entradas dos adversários.

Enquanto isso, liderado por Thiago Mendes, o time só tocava de lado. Assim não dá. Muricy precisa ensinar que o gol está na frente e que é preciso avançar, ter profundidade, ser agressivo nos ataques, construir e criar jogadas. São-paulinos, o jogo de hoje me deixou profundamente irritado.

Não teve nada de bom? Até que teve: começamos a ver algum resultado dos treinos táticos que Muricy vem fazendo, procurando uma evolução. Ficou clara a intenção de encostar um jogador para tabelar com os laterais para tentar chegar à linha de fundo – uma jogada eficiente e que o SPFC nunca sabe fazer.

Nota-se também a preocupação com uma marcação mais firme, cuidando do adversário e não apenas da bola. Boa partida de Auro, Lucão, Edson e, principalmente, Reinaldo. Mas como avaliar a defesa jogando contra um time como o Rio Claro? Tivemos mais de 70% de posse de bola e o absurdo, não fizemos um gol.

Muricy, força, não desanime. Aproveite a semana livre para treinar jogadas táticas e fale com a turma que para se alcançar o sucesso é preciso correr.


São Paulo segue vivo na Libertadores
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Abilio Diniz

 O jogo era em casa, mas havia pressão: o São Paulo precisava vencer para não se complicar nas próximas rodadas da Libertadores. Com este cenário, o time entrou em campo com uma postura diferente da apresentada contra o Corinthians e fez 4 a 0 no Danúbio. Apesar da goleada, não foi uma partida primorosa, mas o elenco fez o suficiente para conseguir a vitória. O suficiente para seguir vivo na competição e apagar a apática atuação da estreia.

No primeiro tempo, com duas jogadas de linha de fundo, Pato fez dois lindos gols – o primeiro, realmente uma pintura. Tenho reclamado muito que o São Paulo raramente consegue atacar pelas laterais do campo e chegar à linha de fundo e ontem comprovamos a eficácia desta jogada. Além disso, o time começou o jogo bem articulado e soube aproveitar as falhas do adversário.

No segundo tempo, entretanto, o time quebrou o ritmo, se mostrou desatento e teve mais dificuldade. Por pouco não sofremos gol, numa cabeçada que passou rente à trave. Com uma postura mais acomodada, o que não se espera de um time que busca o título, o São Paulo começou a passar sufoco até Reynaldo, recebendo um belo passe de Michel Bastos e contando com a ajuda de um defensor do Danúbio marcar o terceiro gol. Mesmo com um futebol inferior ao apresentado na primeira etapa, o time ainda chegou ao quarto gol, selando uma importante vitória e com um bom saldo de gols. Mas para seguir em frente e para pensar em título ainda precisa evoluir muito.

Precisamos de menos toquinhos, mais velocidade e jogadas de profundidade. O time precisa ficar ligado o tempo todo, correr e se doar mais, errar menos passes e buscar mais eficiência. Muricy precisa cuidar mais do lado tático, ter mais jogadas ensaiadas e buscar formas alternativas para vencer defesas retrancadas.

Mas valeu a vitória. Pato teve grande atuação, marcou dois gols e foi o destaque do time. Reinaldo também jogou muito bem. De uma maneira geral todos foram bem, mas alguns jogadores ainda precisam correr mais e render aquilo que se espera deles.


Paulistão ainda sem graça
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Abilio Diniz

Mais uma rodada sem graça do Paulistão. Até agora, campeonato segue morno, sem grandes novidades e com os times principais fazendo o que já é esperado:

Corinthians: jogando com um time reserva, mas contando com Danilo e Guerrero na frente, empatou em ritmo de treino com o Ituano. Tite continua mostrando que tem total controle sobre o elenco e está sempre comprometido com seus esquemas táticos.

Santos: em tarde de Robinho, marcou três contra a Portuguesa. Nada fora do normal.

Palmeiras: conquistando a quarta vitória em seis jogos, o time alviverde tem, até agora, oportunidade para testar seus reforços, organizar o esquema tático e construir o entrosamento necessário para fazer um bom Campeonato Brasileiro. Ontem, ganhou de 2 contra o Penapolense e vai reforçando a confiança do torcedor para este ano.

São Paulo: marcou 4 no Audax EC. Com este resultado, pode parecer que o time se reabilitou da derrota contra o Corinthians e que está pronto para enfrentar o Danúbio na quarta-feira pela Libertadores. Mas acho que isso pode ser uma ilusão.

Até fazer o primeiro gol, o São Paulo foi um time ineficiente, lento, incapaz de chegar à linha de fundo, incapaz de furar uma defesa fechada. Sem nenhuma jogada ensaiada e sem um esquema tático que permitisse mais agressividade, mais criatividade e, consequentemente, mais incômodo para o adversário. O SPFC vive do desempenho de cada um de seus jogadores. Se eles estiverem brilhantes, pode sair vitorioso. Se estiverem apáticos, como estiveram contra o Corinthians, não iremos longe.

Mas tivemos alguns lances animadores no jogo de sábado: Michel Bastos mostrou que jogando pelo meio, pode fazer diferença. Pato demonstrou vontade de correr e de fazer gols. Luis Fabiano cansou de ficar na frente esperando a bola chegar e decidiu, como ele mesmo declarou no intervalo, recuar e jogar nas costas dos volantes. Não marcou nenhum, mas participou ativamente de 3 gols. No final do jogo, com 4 a 0, Alan Kardec, que havia entrado um pouco antes, correu e se atirou para tentar evitar que uma bola saísse pela lateral.

É isso aí. Se todo o time resolver se doar, tiver atitude de vencedor e, principalmente, se Paulo Henrique Ganso resolver incorporar este espírito guerreiro, as coisas podem mudar.

Vamos ver o que o elenco reserva para esta quarta-feira.

 

 


São Paulo e Audax EC: dois times do coração
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Abilio Diniz

O São Paulo joga hoje contra o Audax EC e, como torcedor, confesso que será uma partida especial de se assistir. Tenho uma ligação ainda muito forte com este clube, que se iniciou comigo em 2003, em uma peneira aberta a garotos de 12 a 16 anos do Estado de São Paulo.

Nesta peneira, que se chamou SuperCopa CompreBem, reunimos 70 mil garotos. Fizemos várias subsedes pelo Estado e organizamos um grupo de ex-jogadores de futebol para que nos ajudassem na seleção. Ao final, chegamos a 140. Destes, metade se instalou no CT da Marginal, em uma construção simples, mas confortável, onde os garotos moravam, indo para suas casas uma vez por semana, tinham alimentação, assistência médica, dental e psicológica, jogavam bola e eram felizes.

Assim começou este grande projeto social que foi evoluindo para a organização de times de futebol – primeiramente o Pão de Açúcar Esporte Clube (PAEC), e finalmente, Audax EC. No Rio de Janeiro, a história começou de forma semelhante, em 2005, originando o Sendas Esporte Clube, hoje, Audax Rio de Janeiro EC, que está na Série B do Campeonato Carioca, após passagem pela Série A. É uma longa história. Revelamos grandes craques. Entre eles, Paulinho (ex-Corinthians e Seleção Brasileira).

De um projeto social, passamos para um modelo de clube de futebol profissional gerenciado por uma empresa. Conseguimos fazer muito com pouco dinheiro – a verba era definida anualmente pelo conselho de administração. Sinceramente, acho que implantamos um belo modelo de gestão. Hoje, o clube atua na série A1 do Campeonato Paulista.

Para mim foi uma experiência gratificante, principalmente por ver a ideia sendo seguida não só pelos atuais proprietários do Audax, mas também por outros exemplos, como é o caso do Red Bull Brasil.

Tenho a convicção de que, mesmo no Brasil, os Clubes de Futebol / Empresa são viáveis e podem remunerar o capital investido, exigindo apenas um requisito fundamental: precisam ser bem administrados.

Hoje, assistirei ao jogo com uma mistura de orgulho e entusiasmo, sem palpites de esquemas táticos ou placar. A vitória é do futebol.


São Paulo perde para os próprios erros
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Abilio Diniz

No clássico de estreia da Libertadores, não havia favorito. Corinthians e São Paulo entraram em campo ontem em condições semelhantes, mas não demorou muito para que o esquema tático formado por Muricy fosse neutralizado por Tite e o alvinegro tomasse conta do jogo. Ontem, o São Paulo perdeu para seus próprios erros.

A começar pela formação proposta. Michel Bastos como lateral perde muito de sua qualidade. Para atuar como ala, era necessário dar-lhe mais liberdade, talvez usando Denilson quase como um 3º zagueiro este espaço fosse possível. Agora, o posicionamento do time desde o início do jogo é algo que não se pode imaginar, nem aceitar. A fragilidade da marcação permitiu que a conhecida jogada de Elias sendo lançado e aparecendo  à frente fosse possível. Com Elias e Jadson totalmente livres, deu no que deu.

Em nenhum momento do jogo o São Paulo atingiu uma consistência defensiva. Mais uma vez bem marcado, o time foi incapaz de criar jogadas e insistia em manter um jogo lento, ineficaz, com toques recuados, mesmo quando atacava. Muricy tentou melhorar no segundo tempo com Michel Bastos no meio, mas aí já era tarde.

A falta de efetividade no ataque era tanta, que mesmo dominando a posse de bola, o time não conseguia chegar ofensivamente ao gol de Cássio, que só assistiu à partida. Com o gol de Jadson, a apatia são-paulina deu lugar à afobação e neste momento, o que já estava dando errando, degringolou. Erros de passes e lances atrapalhados eram as únicas manifestações do SPFC. É claro que foi falta de Sheik em cima de Bruno. Mas o lateral não poderia nunca entregar a jogada como entregou. Jogando no contra-ataque e com a determinação e atitude que faltaram ao São Paulo, o Corinthians matou o jogo.

Reconhecendo a boa atuação do Corinthians, especialmente de Elias, Jadson e Sheik, o São Paulo perdeu para si mesmo ontem. Felizmente, é só o começo. Ainda é possível se recuperar na competição. Mas há muito o que fazer para seguir adiante.


São Paulo tem jogo treino antes da aguardada Libertadores
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Abilio Diniz

Quinta rodada do Paulistão, mais um jogo treino para o São Paulo. Continuo achando que o campeonato não faz nenhum sentido, mesmo para testes e experiências. Mas hoje, Muricy apresentou uma formação diferente e foi bem.

Com dois gols, Boschilia jogou muito bem pela esquerda, mostrando que é bom é que merece ter mais oportunidades. Ele precisa de ritmo. Precisa jogar mais. Pela direita, Thiago Mendes também fez boa partida. Maicon organizou bem o meio, fez bons lançamentos e participou das principais jogadas, dando mais uma dor de cabeça para Muricy: tenho minhas dúvidas se Maicon deveria ficar de fora no jogo contra o Corinthians.

Gostei das estreias. Dória demonstrou que é um grande zagueiro: calmo, tranquilo e se posiciona bem, o que há muito vem faltando à zaga tricolor. Já Centurión, apesar de bons lances e de ter marcado o seu, preciso ver mais jogos para uma melhor avaliação. Gostei de alguns lances. Outros, nem tanto.

O fato é que embora tenha sido uma goleada, temos que pensar também que em sua quarta derrota seguida, o time do Bragantino é muito fraco para avaliarmos o potencial da formação de hoje. Mas o São Paulo foi bem.

Agora, o mais importante é pensarmos no clássico de quarta-feira. Sinceramente, acredito que temos mais time. O desafio de Muricy é armar um bom esquema tático para neutralizar as artimanhas de Tite e sairmos deste confronto com a vitória.
Que venha a Libertadores!


Duelo de goleiros marca o clássico São Paulo e Santos
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Abilio Diniz

São Paulo e Santos fizeram ontem um clássico equilibrado que teve como protagonistas os dois goleiros – em especial, Rogério Ceni, com defesas brilhantes e decisivas. Apesar do 0 a 0, o jogo foi movimentado, longe de ser monótono para o espectador. Mas, como são-paulino, me preocupa que cheguemos à quarta rodada do campeonato repetindo velhos erros, principalmente no aspecto tático.

Mesmo quando é ofensivo, o ataque do São Paulo só apresenta uma jogada: furar a defesa com o toque de bola. Ainda faltam jogadas de fundo e mais efetividade na criação. Assim, o time se vê refém de dias inspirados de Paulo Henrique Ganso. Além disso, a zaga tricolor continua um show de horrores. Não importa quais jogadores Muricy coloca em campo. Ontem, Lucão e Reinaldo foram expostos ao ridículo pelo ataque do Santos. Não fosse a atuação de Rogério, teríamos saído com uma derrota.

Acredito que o ataque são-paulino não seja mais um problema e acho válido esta alternância na escalação de Muricy, ora entrando com Luis Fabiano, ora com Alexandre Pato. Mas ontem, não entendi o porquê da escolha de Ewandro, que mais defendeu do que acompanhou Luis Fabiano nas jogadas. No geral, me pareceu faltar ao elenco ontem mais vontade de vencer.

O que anima para a semana que vem é o confronto contra o Corinthians pela Libertadores. O alvinegro está cada vez mais afinado e teve uma belíssima atuação contra o Once Caldas. Mesmo ontem, quando a classificação para a fase de grupos já era praticamente garantida, o time entrou com garra e só assumiu uma postura mais defensiva após marcar mais um gol.

Na quarta-feira, não haverá favorito. São Paulo e Corinthians farão um jogo que realmente valha a pena assistir em meio aos fracos confrontos do Paulistão. Que vença o melhor.