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São Paulo joga muito mal e se complica na Libertadores
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Abilio Diniz

O São Paulo parece andar para trás. Depois de alguns jogos até interessantes no início do ano, o time sofreu muito quando encontrou times bem montados defensivamente e saiu derrotado nas duas partidas em que precisou mostrar alternativas: Corinthians e The Strongest.

O desempenho do time no jogo desta quarta-feira foi muito abaixo do que podia se esperar. O São Paulo não funcionou individualmente nem coletivamente.

Faltou qualidade para os atletas que teriam que chamar a responsabilidade e faltou um modelo de jogo diferente para ser utilizado quando, desde o primeiro tempo, se notou que as coisas não estavam caminhando bem.

O segundo tempo foi pior ainda. Além de não conseguir criar jogadas, o time claramente sentiu a pressão por um resultado. Depois do gol boliviano, essa pressão aumentou ainda mais, e a equipe se desmantelou de vez.

Ganso, Michel Bastos, jogadores mais experientes e de qualidade, pouco fizeram. Os mais novos de grupo e de idade também desapontaram.

Depois de tanto esforço que o time fez para se classificar ano passado para a Libertadores, ver as coisas iniciarem dessa maneira é desanimador.

Em Libertadores, perder na estreia da fase de grupos, dentro de casa e para um time medíocre pode ser perigoso. O time terá que recuperar esses pontos vencendo uma partida fora do Brasil. Lembrando ainda que, contra o mesmo Strongest, terá que enfrentar também a altitude.

O técnico Bauza precisa mostrar seu trabalho. O torcedor espera ver um time que saiba sair de retrancas e que mostre variações dentro de uma mesma partida quando necessário.

É preciso também observar os resultados dos investimentos e do planejamento do futebol para esta temporada.

Foi um mau começo.


SPFC terá 2016 difícil, mas melhor
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Abilio Diniz

Muito tem se falado sobre o meu papel no São Paulo. Que estou contratando técnico, escalando jogador. Não é nada disso. Estou simplesmente colaborando no que tinha me comprometido a colaborar: a profissionalização da gestão. Estou convicto que só assim nosso clube poderá se recuperar e retomar sua trajetória de campeão.

Coloquei todo o meu conhecimento em gestão, acumulado em décadas de trabalho, à disposição do presidente Leco e de sua diretoria. Como havia prometido, estou também viabilizando trabalhos de auditoria e consultoria com as melhores empresas do ramo, sempre com o objetivo de aprimorar a gestão.

A auditoria está sendo feita pela Price e analisará todos os contratos e dívidas do clube para que possamos ter um quadro real da situação financeira, que é dramática. Sem essa clareza, não se pode fazer uma boa gestão. A Price também vai apresentar propostas para a reestruturação da dívida, a elaboração de um Orçamento e o planejamento de fluxo de caixa para 2016.

Já a McKinsey está realizando uma consultoria para profissionalizar a gestão do futebol do São Paulo. Um dos focos principais é otimizar a ligação do time profissional com o time da base, do CT da Barra Funda com o CT de Cotia. O elenco do São Paulo em suas diferentes categorias é um dos maiores ativos do clube, e otimizar sua gestão é uma das principais alavancas para a retomada.

2015 foi um ano muito difícil para o São Paulo. Mas conseguimos duas coisas importantes: o fim da desastrosa gestão Aidar e a milagrosa classificação para a Libertadores.

Esses dois feitos trazem a esperança de que 2016 seja um ano melhor, já com os frutos dos trabalhos de auditoria e consultoria.

Mas não tenhamos ilusões. O time foi quase destruído pelo tsunami da gestão Aidar. Pelo menos, o tsunami passou. E o Leco abriu a porta para colaborarmos na promoção da profissionalização e da meritocracia. É por aí que estou ajudando.

Se essa nova gestão conseguir sanear o clube financeiramente em 2016, será uma conquista tão grande quanto um título de campeonato, que pavimentará o caminho para novas conquistas, dentro e fora do campo.


Parabéns, Neymar
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Abilio Diniz

Após oito anos, voltamos a ter um brasileiro concorrendo à Bola de Ouro da FIFA como melhor jogador. A indicação de Neymar para brigar com Messi e Cristiano Ronaldo pelo prêmio em 2015 é mais do que justa.

O ano de Neymar no Barcelona foi espetacular. O brasileiro conseguiu se destacar em uma equipe que tem simplesmente Messi como sua maior estrela e ainda Suarez, Iniesta e tantos outros craques.

Na Seleção Brasileira, então, o protagonismo de Neymar é tanto que chega a ser preocupante. Ele é hoje nosso único jogador fora de série e, na maioria das vezes, jogamos por e para ele.

Mas mesmo se viermos a ter o melhor jogador do mundo, o Dunga não pode jogar só em cima do Neymar. No dia em que ele não está inspirado, a seleção some. E mesmo que os outros jogadores não estejam a sua altura, é possível, e preciso, montar um esquema de jogo que não seja tão Neymar-dependente.

De toda maneira, foi com bastante satisfação que eu li a notícia de sua indicação. É um profissional dedicado, diferenciado, preocupado sempre com seu desempenho a ponto de ter levado consigo a Barcelona um preparador físico exclusivo.

Pude perceber todo esse desejo por evolução quando eu e minha família estivemos com ele em Barcelona e ficamos com a melhor das impressões.

Fico na torcida por ele, assim como pelo brasileiro Wendel Lira que concorre ao Prêmio Puskas pelo gol mais bonito da temporada.

Outra coisa preocupante a ser destacada é o triste fato de o Brasil ficar oito anos sem ter jogador indicado ao prêmio de melhor do mundo. O último havia sido Kaká, que venceu a disputa em 2007.

Isso demonstra que já passou da hora de procurarmos formar melhor nossos atletas. O chavão de que aqui “brotam talentos” não tem se confirmado como antes.

Estamos sendo ultrapassados por países que notadamente investiram para formar novas gerações de jogadores. Alemanha e Espanha são provas disso. É um trabalho de médio prazo, que começa a dar frutos em dez anos. Isso se chama planejamento, e, como tanta coisa, faz muita falta ao nosso futebol.

A melhor preparação dos atletas passa por uma qualificação maior de todos profissionais, de treinadores a dirigentes, que, em sua grande maioria, tem se mostrado incapazes de desenvolver o enorme potencial do esporte.

Essa deveria ser a grande preocupação daqueles que comandam nosso futebol. Infelizmente, não é.

O vexame da Seleção Brasileira na Copa do Mundo parecia um chamado à razão no nosso futebol. Mas não foi. Mais de um ano se passou e praticamente nada aconteceu, além das pesadíssimas acusações contra a cúpula da CBF.

Infelizmente, os dirigentes da CBF e também da maioria dos clubes não se mostraram à altura desse desafio de reorganizar o nosso futebol, num desrespeito absoluto com o povo brasileiro que ama tanto esse esporte.


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