Blog do Abilio Diniz

Chega de concentração
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Abilio Diniz

Depois do veto de Dilma à renegociação irresponsável das dívidas dos clubes, outra boa novidade no início do ano futebolístico: o técnico Muricy Ramalho liberou o time do São Paulo da concentração nesta pré-temporada e promete fazer o mesmo em pelo menos alguns jogos da temporada, como já fez em 2014. Espero que a medida seja logo adotada de forma permanente e por todas as equipes, acabando com mais um marco do atraso no nosso futebol.

Trancar jogadores em concentrações não deve ser uma regra, mas uma exceção, se necessária, para momentos especiais. Os times europeus, que praticam o melhor futebol do mundo, não usam esse expediente e focam seu treinamento mais nos aspectos táticos do que físicos do esporte.

Quando estive com o Neymar em Barcelona, no final do ano passado, fiquei surpreso em encontrá-lo em casa numa sexta-feira, véspera de jogo importante contra o Sevilla. Neymar não só dormiu em casa na véspera da partida, como, no dia seguinte, se apresentou só às 10 da manhã no clube para um “bobinho” e um aquecimento, voltando depois para casa e se reapresentando, já no estádio, às 18h30 para o jogo das 20h.

Jogador profissional é assim. Sabe o que deve e o que não deve fazer. E que se não fizer o que deve, prejudicará seu time e sua própria carreira. O futebol está cada dia mais competitivo. Não há mais espaço para abusos que comprometam o desempenho do atleta e do grupo.

Por isso é fundamental desenvolver no jogador a consciência da importância do que ele faz. Como são profissionais que atingem seu pico em idade ainda muito jovem, eles precisam aprender logo cedo a ter responsabilidade e passar confiança ao time e ao treinador. E os clubes, ao invés de trancafiá-los como crianças, devem investir na formação dos atletas não apenas como jogadores, mas como homens de bem e responsáveis.

A maioria dos jogadores no Brasil já tem essa consciência. Só falta agora acabar com o confinamento que os isola das famílias e dos amigos e atrapalha suas vidas desnecessariamente, além de gerar custos extras aos clubes com acomodação.

Como disse o Muricy: “A concentração já não está mais cabendo no futebol de hoje. Os jogadores têm de ser responsáveis por seus atos e têm a obrigação de responder com disciplina, cuidando da saúde. Eles têm contrato e não estão fazendo favor a ninguém, é obrigação. O grupo ganha com isso”.

Está muito claro que o futebol brasileiro precisa mudar. O veto de Dilma neste mês deu um choque de credibilidade a esse movimento coletivo de mudança. O fim da concentração vai na mesma direção.


Choque de credibilidade
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Abilio Diniz

Presidente Dilma, que bom que você vetou a lei que permitia enormes descontos e parcelamentos das dívidas dos clubes sem nenhum compromisso deles com uma boa gestão. Seu veto foi um presente para o futebol brasileiro e aponta para uma nova era num esporte tão importante para o nosso país.

Foi uma vitória do bom senso e do Bom Senso F.C. (o movimento dos jogadores criado em 2013 para reformar o futebol) contra a anacrônica bancada da bola, que aprovou em tempo recorde, no final do mandato legislativo, mais um salvo-conduto à má gestão dos nossos clubes.

A punição é um grande aprendizado, sem ela não existe boa gestão. Os gestores dos clubes devem ter responsabilidades e ser responsabilizados quando gastam mal o grande volume de dinheiro que movimentam. Só assim eles se sentirão obrigados a gerir bem e com mais transparência essas organizações. Um perdão fiscal como o aprovado no Congresso, inserido de última hora numa Medida Provisória sobre outro assunto, à revelia de um processo em curso de discussão entre jogadores, clubes e autoridades, seria uma forma de incentivar a continuidade da má gestão do futebol, não de combatê-la.

Fico muito feliz porque o veto presidencial reflete e revigora o desejo de mudança no nosso futebol. Por outro lado, a aprovação da medida pela Câmera e pelo Senado da forma como foi feita mostra que a briga vai ser dura.

A CBF, por exemplo, era contra o veto da presidente e a favor da nova lei. E ainda queria para si a função de criar e fiscalizar as normas que garantiriam o pagamento das dívidas e a boa gestão dos clubes. Mas, infelizmente, a entidade que administra o nosso futebol não mostrou competência para isso e até aqui foi mais parte do problema do que da solução. Por isso, eu acho que são os clubes, uma vez bem geridos e reestruturados, que devem cobrar a CBF, e não o contrário.

O esporte no século 21 traz grandes possibilidades de desenvolvimento social e econômico. Basta ver e aprender com o trabalho de ligas bem sucedidas como as do futebol europeu e as de basquete, beisebol e futebol americano nos EUA. Nosso potencial no futebol (e mesmo em outros esportes) é enorme, mas só se realizará com reformas e firmeza.

Como disse a nota da Presidência, explicando as razões do veto, é preciso formular uma proposta conjunta de todos os envolvidos para estimular a modernização do futebol no Brasil. Uma proposta, diz a nota, que passa pela “responsabilidade fiscal dos clubes e entidades, a transparência e o aprimoramento de sua gestão, bem como a efetividade dos direitos dos atletas”.

É isso aí. A medida vetada por Dilma corria no caminho oposto. Por isso a necessidade do veto. Agora é preciso concluir o processo de amplo diálogo já em curso e aprovar uma proposta que seja boa para todos, menos para aqueles que lucram com o descalabro do futebol no Brasil.

O veto da presidente Dilma revigora esse processo e lhe dá um choque de credibilidade. Como diz o Bom Senso, é preciso tornar o Brasil o verdadeiro país do futebol. E isso só virá com outra mentalidade, outras normas e outra gestão.


Volta das férias
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Abilio Diniz

O futebol está de férias. Mas se antigamente era comum ver jogadores curtindo esse período festivo de forma mais abusada, hoje eles estão mais conscientes de que precisam se cuidar para não perder muito tempo na volta aos treinamentos preparatórios para os campeonatos, a chamada pré-temporada.

No futebol brasileiro, os jogadores param de jogar a temporada muito tarde e recomeçam a jogar muito cedo. E, ao contrário do que se faz na Europa, que já na pré-temporada dá ênfase ao treino tático, aqui, na maioria das vezes, a ênfase é no treino físico, um erro que pode ter consequências negativas para o jogador e para o time ao longo de toda a temporada.

Se os jogadores se cuidam nas férias, eles não voltam despreparados no início do ano. Isso significa que todo o trabalho físico de pré-temporada pode ser comprimido e se pode entrar mais cedo com as sessões de treinamentos específicos de futebol, como os trabalhos técnicos e táticos com bola. E, como tenho escrito aqui, uma melhor preparação tática é o caminho para o futebol brasileiro retomar seu brilho e sua competitividade global.

Estudos do Núcleo de Alto Rendimento Esportivo de São Paulo (NAR), sob a direção de Irineu Loturco, examinaram as condições físicas dos jogadores de diferentes categorias – da base aos profissionais – ao longo de todo o ciclo anual do futebol. As conclusões apontam que é melhor iniciar o quanto antes trabalhos específicos para estimular as capacidades técnicas e táticas do jogador e que os trabalhos físicos de base feitos sem a bola acabam sendo muitas vezes desnecessários e prejudiciais.

Portanto, uma pré-temporada com treinamentos físicos longos e exaustivos não só não ajuda no desempenho do atleta, mas pode prejudicar seu desempenho na temporada. Para aqueles atletas que voltam das férias com sobrepeso ou outros problemas específicos, o melhor é fazer uma readaptação específica para eles de acordo com suas necessidades individuais.

O ideal mesmo, porém, é que o jogador se cuide nas férias. A boa condição física, tanto no nível dos atletas profissionais quanto no das pessoas comuns, deve ser uma meta permanente. Quem não tiver mantido a disciplina durante o período de descanso, que fique de castigo num treino separado.


Veta, Dilma
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Abilio Diniz

A aprovação pelo Congresso Nacional de refinanciamento das dívidas dos clubes de futebol com o governo sem nenhuma contrapartida dos times deve ser vetada pela presidente Dilma.

Como, infelizmente, é moda em Brasília, uma emenda foi colocada numa Medida Provisória que tramitava no Congresso sobre assunto sem relação alguma com o futebol, mas que reforça a impunidade e a má gestão que estão afundando nossos clubes.

Pela proposta, as dívidas dos clubes com a Receita Federal, a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional e o Banco Central poderão ser parceladas em até 240 vezes. Prevê ainda descontos de 70% nas multas e 30% dos juros. E não exige nada em troca.

Todos sabemos da situação financeira calamitosa dos clubes brasileiros e de como é importante criar um caminho para que saiam dessa situação. Mas essa crise é fruto justamente da falta de responsabilidade e profissionalismo com que eles são geridos, e aprovar um incentivo desses sinalizaria que o país está sempre disposto a perdoá-los e compensá-los.

Eu estou no time do Bom Senso Futebol Clube, que logo depois da aprovação da medida disse, em nota, que “parcelar as dívidas dos clubes sem contrapartidas não significa salvá-los; muito pelo contrário, uma medida como essa continua pavimentando o caminho para o abismo, distanciando cada vez mais o futebol brasileiro do profissionalismo e da modernização”.

Os clubes da Alemanha, o novo país do futebol, também tiveram problemas de gestão financeira e técnica no começo deste século. Com disciplina, inteligência e pressão do governo e da sociedade, eles acertaram suas contas e ainda mudaram sua forma de treinamento, deslocando o foco do físico para o tático. Anos depois, fizeram uma final exclusivamente alemã da Liga dos Campeões, o maior torneio de clubes do mundo, e ganharam a Copa do Mundo no Brasil, dando um show de bola e organização.

No Brasil, depois dos 7 a 1, muito se falou e nada de efetivo se fez até agora para refundar o nosso amado e maltratado futebol. E ainda aprovaram essa emenda, que é mais um prego no caixão de nosso futebol. A presidente deve vetá-lo como presente de Natal a todos que querem melhorar o futebol brasileiro.

Aproveito para desejar a todos um Feliz Natal e muita saúde, que o resto a gente corre atrás.


A cura do futebol brasileiro
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Abilio Diniz

Desde o vexame da seleção brasileira na Copa do Mundo, tenho me perguntado o que pode ser feito para melhorar o futebol brasileiro.  Tenho também me reunido com jogadores, técnicos e outros especialistas fazendo a eles a mesma pergunta.

E respostas existem. Há muito a fazer. Mas nada vai acontecer se as pessoas que dirigem o futebol brasileiro não se movimentarem nesse sentido. Então, para além das respostas e soluções, é preciso sensibilizar a classe dirigente do esporte da urgência das mudanças corretas.

Logo depois do fiasco do 7 a 1, muito se falou em debater o futebol, realizar seminários, estudar modelos, mas nada disso aconteceu. Nomearam um novo treinador da seleção, e toca-se o barco como se ele não tivesse afundado.

Os erros nós já conhecemos. Má gestão de clubes e federações, campeonatos mal estruturados, baixa qualidade na formação de jogadores e técnicos, interesses inconfessáveis na transação de jogadores desde a base, ausência de cursos profissionalizantes para técnicos e gestores. Faltam coragem e energia para enfrentá-los e corrigi-los.

Nos meus contatos com o pessoal do Bom Senso, entendi o quanto o Campeonato Brasileiro precisa mudar para que a maior parte dos jogadores profissionais possam jogar no mínimo 8 meses por ano. O Brasil possui quase 700 clubes de futebol registrados na CBF, com cerca de 18.000 jogadores. Mas só 100 clubes e cerca de 2.500 atletas jogam no mínimo 8 meses ao ano. Ou seja, a imensa maioria dos atletas tem esse emprego só durante 3 meses por ano. Com outra estrutura de campeonatos, que envolvam mais times em novas divisões regionais, poderemos dar emprego permanente a muito mais jogadores e técnicos, ampliando seu desenvolvimento e a fonte de talentos.

Sempre achei que o Brasil tem jogadores no nível dos melhores de qualquer país e por isso seríamos capazes de formar uma seleção para enfrentar qualquer adversário. Mas mesmo isso já começa a ser questionado, como li na excelente reportagem do PVC que a Folha publicou este mês.

Onde falhamos? Na organização do nosso futebol, que deixaram os clubes em situação financeira catastrófica, e também na organização dos times. O Brasil é muito fraco taticamente, no seu posicionamento em campo. Os treinadores brasileiros, com uma ou outra exceção, estão totalmente desatualizados se comparados com os melhores treinadores europeus.

Na Europa o aspecto tático tem muito mais relevância do que aqui. Os treinos no Brasil são muito mais focados na parte física dos atletas. Nos times europeus, o importante é como se posicionar em campo, como enfrentar seus adversários, como criar jogadas que permitam vencer as retrancas e os posicionamentos dos adversários.

Há ainda a queixa do calendário muito pesado aqui, com muitos jogos por semana para os grandes times. Mas se olharmos a carga de jogos na Europa, ela não é tão menor assim. E enquanto aqui no Brasil amarramos os jogadores em concentrações exaustivas, na Europa se dá muito mais liberdade (e responsabilidade) ao jogador, sem exauri-lo em treinos e concentrações.

Por tudo isso estamos atrasados, por isso o nosso fracasso na Copa. E essas são apenas as questões principais. Há muito o que falar sobre as deficiências e as urgências do futebol brasileiro. Mas, mais do que tudo, é preciso começar a fazer. Antes que a distância do Brasil para os países mais avançados fique ainda maior que o Oceano Atlântico.


Uma visita a Neymar
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Abilio Diniz

Desde a Copa do Mundo, meus filhos pequenos ficaram ligadíssimos em futebol. E como eu sou fanático pelo esporte, isso me deixou muito feliz.

Quando fomos à Espanha no mês passado, nos programamos para levá-los ao jogo do Barcelona contra o Sevilla no Camp Nou.  Antes disso, tivemos a ideia de tentar conhecer o Neymar, ídolo deles e meu também. E conseguimos.

Neymar e seu pai nos receberam de forma muito simpática em sua casa em Barcelona. O craque foi incrivelmente carinhoso com meus filhos e muito atencioso comigo e com a minha mulher. Aprendi muito conversando com ele, uma conversa que clareou ainda mais as ideias que venho formulando sobre a evolução do futebol, sobre o qual passo a escrever aqui neste blog no UOL.

Era uma noite de sexta-feira, e minha primeira pergunta foi: “Neymar, o que você está fazendo em casa? Você não tem jogo amanhã contra o Sevilla?” Ele me disse: “Aqui não concentra. Só preciso me apresentar amanhã às 10 horas. Vamos fazer um ‘bobinho’, um aquecimento, depois volto para casa e me apresento no estádio às 18h30 para o jogo às 20h. Aqui é assim. Não prendem demais os atletas, usam bem o tempo, menos para o preparo físico e mais para o preparo tático.”

Depois pedi que ele fizesse uma comparação entre o seu técnico do Barcelona e os seus técnicos brasileiros. Ele ficou numa saia justa, preferiu não fazer comparações. Disse apenas: “Aqui se dá uma importância muito maior ao lado tático.”

Esse lado tático é o que mais me encanta no futebol. Passo muito tempo a pensar, repensar, buscar ideias e imaginar como é que um time de futebol poderia ser esquematizado de forma mais eficiente.

Neymar dá enorme importância a isso também e me confirmou que o seu treinador no Barcelona, Luis Henrique Martínez, olha fundamentalmente essa parte do jogo.

No dia seguinte, para completar o maravilhoso encontro com Neymar, fomos assistir a Barcelona 5 x 1 Sevilla. Show de Neymar e Messi, show do Barcelona, Camp Nou absolutamente lotado, futebol de grande qualidade.

Não há dúvida de que este é o caminho para a retomada do futebol brasileiro, assunto que vou explorar nos próximos posts do blog.

E não poderia encerrar sem mencionar algo que me impressionou muito na visita: conhecer o trabalho do Instituto Neymar, o projeto social que criaram na Praia Grande, litoral de São Paulo, onde o craque cresceu. Não esperaram o Neymar se aposentar para atuar no campo social e retribuir à comunidade. Estão começando um trabalho incrível que vai ajudar milhares de crianças numa região muito carente.

Voltei de Barcelona ainda mais orgulhoso do Neymar, tão jovem, mas que já nos ensina lições sobre o futebol e também sobre a vida.


Lição em casa
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Abilio Diniz

Chega ao fim o campeonato brasileiro do ano da Copa no Brasil. Apesar do fracasso da nossa seleção, o interesse pelo futebol entre nós, que já era grande, aumentou ainda mais.

Fomos os melhores anfitriões do mundo fora de campo, mas dentro das quatro linhas, mostramos um futebol medíocre, se tanto. O campeonato brasileiro que agora chega ao fim foi também de má qualidade técnica, seguindo o padrão apresentado pela seleção. Estamos ficando para trás em relação ao resto do mundo? Receio que sim.

O futebol cresce no mundo inteiro, com cada vez mais penetração nos EUA, na Ásia, na África e até na Oceania. E continua com grande qualidade na Europa. Que bom. A experiência desses países certamente contribuirá para o futuro do futebol na parte esportiva e na dos negócios. Mas e o Brasil, pode ainda dar sua contribuição ou estamos condenados às glórias do passado?

Acho que podemos contribuir, mas não será fácil. Nem os 7 a 1 contra a Alemanha criaram um senso de urgência geral de que precisamos mudar o futebol brasileiro. Ainda temos bons jogadores, mas a organização e a gestão de clubes, federações e confederações são como uma defesa vazada que afunda o time. No aspecto tático e na organização das equipes dentro de campo estamos também completamente ultrapassados. São pouquíssimos os nossos treinadores atualizados com os métodos mais recentes de treinamento das equipes. E a Copa nos ensinou como a esquematização tática é cada vez mais fundamental no futebol.

Minha proposta aqui neste blog será discutir com vocês o que pode ser feito para colocarmos novamente nosso futebol entre os melhores do mundo. E também comentar os jogos do meu São Paulo e de outros times.

Quanto à esta rodada final do Brasileirão, a emoção ficou por conta dos que queriam se manter na série A. Com um time misto, sem nada a disputar, o São Paulo faz de seu último jogo do campeonato uma simples apresentação para cumprir a tabela. Entretanto, apesar de uma boa posição no campeonato e a vaga garantida da Libertadores, o time ainda tem muito o que acertar. No geral, se mostrou desequilibrado e a diretoria precisa entender e cuidar disso para o ano que vem.

A permanência do Palmeiras é importante pela história e rivalidade que o time representa no campeonato. Mas tecnicamente, o Palmeiras nunca teve um histórico tão fraco. Mesmo tendo caído duas vezes, a diretoria alviverde não soube administrar sua equipe. Com anos seguidos de contratações equivocadas, o Palmeiras fecha o campeonato dependendo do instável Valdivia. Neste ano, foi a pior defesa do campeonato e o time com o menor número de pontos a escapar do rebaixamento com pontos corridos. Em resumo, uma campanha vergonhosa. Pelo bem do futebol e do nível técnico que esperamos melhorar a partir das lições que tivemos em casa, espero sinceramente que o Palmeiras consiga se reencontrar. Assim como o Botafogo, que vem repetindo os mesmo erros e mais uma vez cai para a série B.

Os participantes da Libertadores são realmente o que temos de melhor no momento, os quatro primeiros Cruzeiro, que carimbou hoje a faixa de campeão com o belíssimo gol de Marcelo Moreno, SP, Inter e Corintians mais o Atlético Mineiro. Sem duvida que estaremos bem representados.

Vamos observar como essa elite do futebol jogado no Brasil desempenha entre os melhores do continente. Mas vamos observar também como a organização do futebol evolui no nosso país. Desconfio que só vamos mudar mesmo dentro de campo quando mudarmos fora de campo.