Blog do Abilio Diniz

São Paulo poderia ter vencido o Inter
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Abilio Diniz

O limitado time do São Paulo fez um bom jogo em Porto Alegre hoje. No primeiro tempo foram pelo menos três chances claras de gol sem sofrer nenhum perigo.

No segundo tempo, a impressão é que o elenco cansou mostrando suas já conhecidas fragilidades. Errou muitos passes. Michel Bastos, Pato e Thiago Mendes renderam menos. Será que está faltando melhorar o preparo físico?

Apesar dos pesares, porém, o resultado de hoje não deixou de ser um bom empate na casa do adversário.

São Paulo não deixou o Inter jogar. Fez boa marcação e não sofreu perigo. Foi uma boa despedida do período de Milton Cruz no comando do São Paulo, que fez um excelente trabalho, com seu conhecimento e bom relacionamento com os jogadores.

É importante que o São Paulo e os torcedores reconheçam isso. Que venha o colombiano Osório, bem-vindo!

E que Milton continue dando todo apoio a ele, para que se adapte ao time do São Paulo e ao futebol brasileiro.

Começa então uma nova era já na quarta-feira feira contra o Santos.


Será que o problema é o técnico?
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Abilio Diniz

Os cartolas do São Paulo correm atrás de um técnico. De preferência estrangeiro porque tem mais charme e facilita o jogo para a plateia.

Embora reconheça e divulgue que o futebol brasileiro está atrasado no aspecto tático, prefiro sempre procurar melhorar a qualidade técnica dos treinadores brasileiros a trazer estrangeiros. As experiências recentes não são animadoras. O argentino que esteve recentemente no Palmeiras além do desempenho ruim, fez inúmeras contratações equivocadas. Além disso existem alguns técnicos brasileiros que estão tentando evoluir e mereceriam serem considerados.

Milton Cruz está fazendo o que pode, além de conhecer bem o futebol e ser um grande descobridor de bons jogadores, é um cara humilde, do bem e grande são-paulino. Não advogo aqui sua manutenção como técnico do São Paulo neste momento. Ele não tem o glamour que satisfaça os egos da cartolagem. Peço apenas que seja tratado com o respeito e a dignidade que merece.

A realidade é que o elenco do São Paulo é fraco e desbalanceado. É um time horrível? Claro que não. Mas é um grupo de jogadores difícil de ser organizado. A defesa é fraca, o meio de campo é lento e o ataque não tem profundidade. Mas o grande problema do SP é que o seu grande astro ,  Paulo Henrique Ganso, embora capaz de uma ou outra jogada genial é de uma lentidão e desinteresse pelo jogo que faz com que o time não tenha velocidade e não consiga jogar de forma compacta, defendendo e atacando em bloco, como exige o futebol moderno e bem jogado.

Sob o comando de Milton Cruz e num momento de grande inspiração, SPFC fez dois grandes jogos, os melhores dos últimos tempos, contra o Corinthians e o Cruzeiro e até mesmo contra o Flamengo. Mas logo voltou ao padrão normal que beira a mediocridade. Hoje o São Paulo bateu o Joinvile no Morumbi por 3 a 0. Não fez mais que a obrigação. A diferença de qualidade entre os dois times é imensa. Mesmo assim, não jogou bem. O jogo deu sono tal a lentidão que foi jogado.


Encontros com grandes jogadores
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Abilio Diniz

Oscar

Fiquei muito feliz com as conquistas do campeonato espanhol pelo Barcelona e do campeonato francês pelo PSG. São conquistas também do futebol brasileiro, já que nos dois times a contribuição de nossos jogadores é fundamental.

Em minhas viagens a trabalho à Europa, tenho procurado abrir espaço na agenda para encontrar alguns desses atletas. Depois de cada encontro, vejo o quanto perdemos sem eles por aqui. São profissionais de alto rendimento e de alto nível, que amadurecem seu futebol e sua mente atuando nas principais equipes e campeonatos do mundo e serão fundamentais nessa dura batalha para recuperar o futebol brasileiro.

Na minha última viagem à Europa, resolvi levar também a minha esposa e os meus dois filhos pequenos, Rafaela e Miguel. Fomos primeiro a Londres, e num sábado tivemos a oportunidade de assistir ao jogo entre Chelsea e Manchester United no Stamford Bridge.

Foi uma grande emoção. O Chelsea venceu por 1 a 0, e seus fanáticos torcedores gritaram o tempo todo o nome da equipe. O jogo não foi grande coisa, apesar do lindo gol de Hazard. O técnico do Chelsea, José Mourinho, é um especialista em retranca. Joga na defesa e fica esperando por uma bola: a bola do jogo. Naquele dia, deu certo, e o Chelsea ficou ainda mais perto de ser campeão da Premier League. Mas o mais legal foi ter a oportunidade de irmos à sala onde os familiares dos jogadores os esperam ao final da partida. Lá, conversamos muito com o Oscar e o Willian.

Oscar tem uma cabeça excelente, uma bela visão do que é o futebol e dos esquemas táticos de jogo. Pareceu um profissional dedicado, com os pés no presente e uma visão clara sobre o futuro – enquanto outros jogadores compram Ferraris e outros carrões, Oscar prefere usar um carro dado pelo próprio clube. Opções como essa revelam muito da pessoa e do profissional.

No dia seguinte, fomos a Paris, e convidei o David Luiz para jantar conosco. Ele veio acompanhado da sua mãe, que chegara aquele dia do Brasil, e mais dois amigos. Novamente, gostei muito. Ele ficou um longo tempo com o meu Miguel no colo, dando a ele uma atenção enorme, e tivemos a oportunidade de conversar bastante sobre o futebol, sobre o PSG e sobre a seleção – o que passou na Copa de 2014, mas principalmente, o futuro do time de Dunga, Copa América e o que vem pela frente.

David Luiz reconhece que há uma grande evolução no comando e no sistema tático da seleção com o Dunga. Não há uma mudança radical de jogadores, mas uma grande transformação na forma de jogar. Não apenas pelo lado tático, mas pela garra, pela disposição, pelo espírito de luta. Eu, pessoalmente, estou otimista. Também considero que o time de Dunga é muito superior ao time que jogou a Copa, embora praticamente com os mesmos jogadores.

Fiquei muito contente de ter conhecido pessoalmente esses craques, como havia acontecido em meu encontro com o Neymar. São conversas que me deixaram mais otimistas com o futuro do nosso futebol, que perde muito sem eles por aqui.

Esse êxodo não é um fenômeno novo nem passageiro, nem tampouco exclusivamente brasileiro. O que podemos fazer é reequilibrar essa situação com clubes bem geridos, que tenham estrutura e capacidade financeira para reter nossos talentos e até atrair alguns de volta. Assim vamos recolocar nosso futebol nos trilhos e garantir o seu futuro.

O Miguel usa hoje uma camisa do PSG autografada pelo David Luiz para jogar o seu futebol.

David Luiz


São Paulo escapa de tomar goleada
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Abilio Diniz

Difícil imaginar que este é o mesmo time que jogou três partidas memoráveis contra Corinthians , Cruzeiro e Flamengo no Morumbi. Hoje, Todos jogaram muito mal, mas o Pior é que não houve vontade e nem espírito de luta.

Não houve marcação sobre pressão nem jogadas pelas laterais e chegadas à linha de fundo. Só jogo de lado. Parecia o time que levava Muricy à loucura. Tudo aquilo que Milton Cruz criou com muitos treinamentos táticos parece que já se perdeu.

Quando um time como o SP tem seu principal jogador na figura de Paulo Henrique Ganso, tudo fica mais difícil. Não adianta achar que é craque e de vez em quando acertar uma ou outra assistência ou realizar alguma jogada vistosa. É preciso mais, muito mais. É preciso ter atitude, se doar, defender e chegar na área, encostar no Pato e não abandoná-lo sozinho.

Esta atitude coloca os companheiros todos para baixo e o Centurión, que os cartolas trouxeram da Argentina de forma estranha. Joga uma partida mais ou menos bem e depois afunda o time como no jogo de hoje.

Este time não ganha uma dividida, é diblado com facilidade, perde na corrida de qualquer adversário. Realmente hoje foi demais. O placar foi injusto para a Ponte. O correto teria sido aplicar uma fantástica goleada no time do SPFC.

Rogério Ceni, apesar de ter falhado no gol da Ponte, evitou no mínimo mais três gols feitos, o travessão mais um e a péssima pontaria dos atacantes da Ponte mais três. 7 a zero teria sido um resultado mais correto.

E agora Milton Cruz tem uma semana para mostrar a este grupo que eles precisam, no mínimo, serem tão profissionais como ele. Precisam assumir uma postura de homens guerreiros, baixarem a cabeça com humildade e lutarem para se recuperarem.

Se Milton conseguir isto, pode voltar aos treinos táticos que deram tão certo em três partidas e os são-paulinos podem voltar a ter esperança de bons resultados no campeonato brasileiro.


São Paulo fora da Libertadores
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Abilio Diniz

Não é fácil digerir uma eliminação tão precoce em uma competição como a Libertadores justamente no momento em que seu time parecia estar finalmente corrigindo erros, evoluindo e encontrando um bom caminho para grandes conquistas. Mas a graça do futebol é que em 90 minutos, tudo pode mudar. Assim foi ontem em São Paulo e Cruzeiro, com mais uma partida brilhante do goleiro Fábio.

Um São Paulo completamente diferente dos jogos anteriores perdeu para o Cruzeiro nos pênaltis. Depois de partidas brilhantes, com raça, vontade de vencer, velocidade e marcação firme, o SPFC se apequenou e deu lugar à uma péssima atuação, de marcação frouxa, poucas jogadas pelas laterais e quase nenhuma profundidade. Assim, o tricolor cai frente a um time que buscou a vitória o tempo todo.

Ganso desta vez esteve completamente omisso, Michel Bastos não jogou o que sabe e a defesa fez o de sempre, um susto atrás do outro. Os erros de passes não permitiam mais nem ameaças ao gol de Fábio. O 1 x 0 no tempo regulamentar foi pouco diante de tanto sufoco que a defesa passou. Sem o controle da partida, a afobação acabou abrindo espaço para que o Cruzeiro se sentisse à vontade para pressionar e abrir o placar.

O São Paulo poderia ter perdido no tempo normal. O Cruzeiro perdeu várias oportunidades de gol, mas a decisão foi para os pênaltis. É incrível como até nisso fomos incompetentes. Sem querer tirar o mérito de Fábio, perdemos três cobranças de forma bisonha. Luiz Fabiano e Lucão colocaram a bola onde O goleiro queria. Não deu outra, vitória do Cruzeiro.

O Rogério Ceni foi dos poucos que teve atuação muito boa durante o jogo. E ainda colocou o São Paulo em posição de vencer nos pênaltis ao defender a primeira cobrança do Cruzeiro e converter ele mesmo a primeira do São Paulo. Visivelmente emocionado, Ceni se despediu da Libertadores dando o melhor de si, mesmo com seus 42 anos.

Apesar dos pesares, não é pelo resultado de ontem que o trabalho desenvolvido por Milton Cruz até aqui será posto em xeque. A mudança esperada pelos são-paulinos já começou. O elenco já está dando mostras de que pode ser bem trabalhado e conquistar bons resultados. Jogos importantes já foram vencidos, recuperando os ânimos dos jogadores e da torcida. Mas toda mudança requer tempo. E pelo que vemos, a do São Paulo não será tão rápida assim.


São Paulo continua guerreiro
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Abilio Diniz

O São Paulo começou o Campeonato Brasileiro com vitória importante. Poupando vários jogadores para o jogo da Libertadores contra o Cruzeiro, em Belo Horizonte o SPFC conseguiu, com um time misto, suprir com garra as deficiências técnicas.

Novamente um grande trabalho de Milton Cruz, que não está se importando se é interino ou não, que não foi procurado pelos cartolas para se falar da sua situação, mas também não dá nenhuma demonstração de estar preocupado com isso. Segue orientando e motivando os jogadores com grande competência e os resultados estão acontecendo.

Há muito tempo não se tinha um clima tão bom e uma união tão grande entre os jogadores. O grupo está unido em torno de seu novo líder. A vitória de hoje teve um sabor especial para Milton e todo o grupo.

Ganhar em cima de time dirigido por Wanderley Luxemburgo é sempre mais divertido, principalmente porque o polêmico treinador sabidamente é incensado pelo presidente do SPFC.

Mas os torcedores são-paulinos começam a reconhecer o trabalho do técnico e o esforço dos jogadores. O jogo de hoje não foi fácil, principalmente no primeiro tempo. Alguns jogadores foram muito mal, principalmente Paulo Miranda e Hudson e comprometeram todo o esquema tático. Mas Souza, Rodrigo Caio Luiz Fabiano e Boschilia compensaram e mesmo no primeiro tempo, o São Paulo teve duas chances claras de gol.

Belo trabalho. Agora, o grande jogo quarta-feira contra o Cruzeiro que pode significar a passagem para as quartas-de-final da Libertadores.


Com Morumbi lotado, São Paulo encontra caminho
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Abilio Diniz

A torcida são-paulina fez a sua parte e o tricolor soube retribuir. Com um público expressivo no Morumbi, o elenco entrou em campo como há muito se esperava: com garra, vontade de vencer e ofensivo. Não fossem as grandes defesas de Fábio e alguns erros inacreditáveis na cara do gol, o São Paulo poderia ter liquidado o Cruzeiro neste jogo. Mas valeu.

A base mantida por Milton Cruz mostrou boa evolução tática. O São Paulo começou jogando num ritmo forte e coeso, atacava e defendia de forma compacta, usava bem as laterais do campo e soube manter o ritmo mais agressivo durante todo o jogo. O pênalti claro e não marcado pela arbitragem foi só um detalhe a mais que poderia ter contribuído com o placar.

De longe, além do bom jogo apresentado e da importante vitória na competição, o time tem conquistado algo mais relevante para o atual momento: sintonia e renovação nos ânimos do elenco e as pazes com a torcida, que cobrava um futebol mais empolgante. Com um esquema tático sólido e eficiente, parecia o Barcelona. Evidente que faltavam Messi, Neymar, Iniesta e Companhia e por isso o Cruzeiro conseguia se aguentar. O grande trabalho de Milton Cruz está devolvendo aos são-paulinos a alegria de assistir futebol.

Com o início do brasileirão neste fim de semana, o time tem boas oportunidades para fortalecer o esquema tático e manter o ritmo e nível técnico para a Libertadores. O caminho já foi encontrado. Basta seguir evoluindo.

 


Fim de festa
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Abilio Diniz

Finalmente chegaram ao fim os campeonatos estaduais. As finais até que são emocionantes mas o preço que se paga para chegar a elas é muito alto.

No caso do campeonato paulista, neste ano tivemos a sorte de ter os quatro grandes como finalistas, o que contribuiu muito se ter mais emoção e rendas melhores. Mas a fase de classificação foi um horror, ridícula e totalmente sem sentido.

Quando é que os cartolas da CBF vão pensar menos em si e nas federações e mais no futebol brasileiro? Por que não se preocupam menos em impedir a aprovação da medida provisória, que visa moralizar o futebol brasileiro, e se abrem para repensar o campeonato brasileiro de um modo que caibam muito mais clubes e que joguem praticamente o ano inteiro?

A chegada de Marco Polo Delnero e Walter Feldeman à CBF prometia um pouco mais de diálogo sério com aqueles que lutam pela reconstrução do futebol brasileiro pós Copa de 2014. Mas parece que foi um puro engano. Pelo jeito, o que querem é mais do mesmo e perpetuidade no poder.

A final paulista teve como protagonistas Palmeiras e Santos. Dois clubes que estão tentando se reinventar e seguir de forma sólida e sustentável dentro do futebol brasileiro.

Deu Santos, assim como poderia ter dado Palmeiras. O alvinegro praiano venceu no tempo normal e levou a decisão para os pênaltis, o que já é uma forma de decisão que deixa o resultado menos aderente a quem foi o melhor durante a competição, ou pelo menos no jogo final.

No jogo deste domingo poderia ter dado qualquer um. O Santos foi muito melhor no primeiro tempo e o Palmeiras se esforçou e mesmo com um jogador a menos conseguiu levar a decisão para os pênaltis. Ganhou o Santos e está de bom tamanho. O clube com grandes problemas financeiros montou um time de garotos e com um técnico de casa conseguiu jogar um futebol de bom nível e se sagrar campeão.

Parabéns Santos. Bela lição de coragem e vontade de acertar.


A partida só acaba quando termina
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Abilio Diniz

A luta pela reformulação do futebol brasileiro segue dura e aguerrida. Como era previsto, a CBF, as federações estaduais e dirigentes de futebol já começaram movimentação intensa no Congresso e na mídia para convencer parlamentares e a opinião pública de que o futebol brasileiro não precisa de uma reformulação radical em sua gestão como prevista na Medida Provisória (MP) encaminhada pelo governo e que deve ser votada por deputados e senadores nos próximos meses.

 Num país democrático e com instituições fortes como o Brasil, o debate é muito bem-vindo e necessário. Aliás, ele já começou com a elaboração da MP, quando o governo ouviu dirigentes, atletas e outros especialistas.

A MP estabelece que os clubes terão de melhorar sua gestão para refinanciar dívidas milionárias com a União. Em troca de generosas condições de quitação de dívida, a MP exige medidas básicas de boa gestão, como publicação de demonstrações contábeis auditadas por empresa independente; manter em dia obrigações tributárias, previdenciárias, trabalhistas, contratuais e de direito de imagem; zerar os déficits até 2021; diversificar gastos para outros esportes; responsabilizar judicialmente dirigentes por má gestão; criar um órgão para fiscalizar o cumprimento da lei e aplicar punições.

 A responsabilidade fiscal (o equilíbrio mínimo entre despesas e receitas) é uma necessidade básica nas nossas casas, nas nossas empresas, no nosso país.

 Mas não é o que ocorre nos nossos clubes de futebol, que contratam jogadores e técnicos com salários altíssimos sem ter depois como pagar, que deixam de quitar obrigações tributárias e previdenciárias, que elegem e reelegem dirigentes sem capacidade de gestão, protegidos pela impunidade.

 A CBF alega que a MP é inconstitucional por ferir o direito de autonomia das entidades esportivas ao estabelecer regras para reformar nosso futebol.

 Caberá agora aos parlamentares, assessorados por juristas e associações do setor, o dever de consolidar a reforma já tardia do esporte. Não podemos desperdiçar o ímpeto reformista criado depois do fracasso na Copa.

 Caímos diante da Alemanha, a nova pátria do futebol, que realizou uma das reformas mais bem sucedidas no esporte na década passada. Os clubes alemães também tinham problemas de gestão financeira e técnica, mas, com disciplina, inteligência e pressão do governo e da sociedade, acertaram suas contas e sua gestão. Pouco depois, fizeram final alemã da Liga dos Campeões e ganharam a Copa do Mundo no Brasil com show de bola e organização.

 Enfraquecido por dívidas milionárias com a União, o país tem a oportunidade, o dever e o direito de exigir dos clubes uma boa gestão dessa grande paixão nacional.

 É parte da democracia que diferentes grupos pressionem seus representantes eleitos na elaboração das leis do país. O grupo que está no poder há décadas no futebol, liderado pela CBF, já está trabalhando a todo o vapor contra a modernização do esporte. É o momento de nós, os apaixonados pelo futebol, também fazermos nossa pressão, capitaneados pelos atletas do Bom Senso Futebol Clube.

 A MP foi um belo gol de quem quer modernizar o futebol. Mas, como dizia um velho filósofo da bola, a partida só acaba quando termina.


Um São Paulo diferente
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Abilio Diniz

O São Paulo entrou em campo completamente diferente das outras partidas disputadas este ano. Desde os primeiros momentos, assumiu uma nova postura. Demonstrou confiança e partiu para cima do adversário. Marcou com pressão, correu, atacou e defendeu de forma compacta. Em outras palavras, fez aquilo que se esperava há muito tempo: jogou pelas laterais e procurou chegar à linha de fundo para cruzar. Enfim, um São Paulo não só em evoluçao técnica e tática, mas guerreiro, lutador e corajoso.

Todo o time lutou pra valer, inclusive Ganso, Luis Fabiano e Souza e o resultado também foi completamente diferente. Com essa determinação, o São Paulo venceu não só o primeiro clássico neste ano, mas também o jogo que lhe dá o direito de continuar na Libertadores. Claro que a expulsão de Emerson Sheik facilitou as coisas, mas é importante notar que até aquele momento,  o SPFC já era muito superior ao Corinthians.

Milton Cruz continuou com suas convicções e colocou novamente 3 volantes. Mas contra o Corinthians parece que o time todo entendeu o que isto significa. O entrosamento que faltou nas partidas anteriores apareceu. Hudson, Michel Bastos e Ganso se revezavam na tarefa de encostar em Luis Fabiano e se tornarem atacantes como ele. Os avanços dos laterais Bruno e Reinaldo encontravam sempre um companheiro próximo para tabelar.

Enfim,  um São Paulo completamente diferente, assimilando bem o novo modelo de jogar imposto por Milton Cruz, desde que assumiu. Se este jogoservir de base,  os são-paulinos têm razão para ficarem esperançosos.

Parabéns Milton Cruz, você agora tem algum tempo para treinar o time de acordo com sua convicção de qual a tática mais adequada para dar ao São Paulo um futebol moderno e vencedor.