Blog do Abilio Diniz

Arquivo : março 2015

O bom futebol brasileiro está de volta?
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Abilio Diniz

Em vez de comentar mais uma rodada do Campeonato Paulista, decidi falar de seleção brasileira. Já me manifestei aqui que gosto muito do Dunga como técnico e estou satisfeito com seu trabalho à frente da seleção, até agora.

Especialmente nesta semana fiquei ainda mais confiante. Menos pelos resultados, mas muito mais pelo lado tático e principalmente pela postura dos jogadores em campo. Temos 11 guerreiros, disciplinados, com determinação e garra. Precisamos tomar cuidado com os excessos. Contra o Chile, fizemos 3 vezes mais faltas que os adversários e tomamos 7 cartões amarelos.

É claro que vitórias são importantes, principalmente contra adversários como a França. É uma delícia ganhar dos franceses e na casa deles. No jogo contra o Chile, não entramos com o time principal e tivemos dificuldades e mesmo assim, vencemos.

Estamos firmes no caminho da recuperação após o trauma da Copa do Mundo. Dunga tem hoje uma base bem formada e o que é incrível, com vários jogadores que participaram do fiasco de 2014.

Jeferson em grande forma se firma como goleiro. Na primeira linha de quatro, Danilo, David Luiz e Miranda estão absolutos. Thiago Silva pode ser boa opção. Na lateral esquerda, Felipe Luiz e Marcelo vão disputar a vaga.

No meio campo, nenhuma dúvida. Luis Gustavo, Elias, Oscar e Wilian estão jogando muito bem e deram show contra os franceses.

Na frente, Neymar e este garoto Firmino que está aparecendo como uma ótima opção a Diego Tardeli.

Temos o time. Mas o que mais gosto é da postura tática do time. Compacto, todos avançam e todos recuam. Defendemos em bloco e atacamos em bloco. Quando somos pressionados, colocamos os 11 atrás da linha da bola. Marcação firme no adversário e não apenas na bola.

Esta é a postura do futebol moderno, sem um homem fixo na frente, que Dunga está incorporando. Que legal. É cedo para excessos de entusiasmo, mas acho que o bom futebol brasileiro pode estar de volta.


Pelo Paulista, São Paulo apresenta show de horrores
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Abilio Diniz

Grande vitória do Palmeiras. Havia muito que o torcedor alviverde esperava ver um time tão bem entrosado, jogando tão bem e vencendo um clássico. Do outro lado, triste, merecida e melancólica derrota do São Paulo. Para nós, felizmente, o jogo não valia nada. Era só mais uma partida pelo campeonato paulista. Mas exatamente por não haver nada em jogo que não se justifica o show de horrores que foi a atuação do SPFC.

O jogo mal havia começado e Rogério Ceni coloca uma bola nos pés do adversário, levando um gol por cobertura, digno de um filme pastelão. Nervoso – sem haver razões para tanto – Rafael Toloi resolve, numa enorme irresponsabilidade, agredir Dudu e deixar o São Paulo com um a menos. E ainda era o começo do jogo. Daí para frente, só deu Palmeiras, que soube aproveitar o espaço deixado por um homem a menos. Dominando a partida, o alviverde chegou ao segundo gol por onde é sempre muito fácil, nas costas do lateral Carlinhos, que é um desastre na marcação e ineficiente no ataque.

Com a desvantagem no placar e no número de jogadores em campo, o SP passou a exibir suas falhas costumeiras: marcação fraca e confusa, lentidão no meio campo e o nítido descontrole emocional. No segundo tempo, Muricy tentou corrigir uma das falhas colocando Centurión no lugar de Ganso. O time até ameaçou ficar mais esperto, mas não durou nada. Logo em seguida o Palmeiras fez o terceiro, novamente nas costas do lateral Carlinhos, que de forma grotesca ficou olhando a bola e se esqueceu de marcar. Para completar o show de horrores, Michel Bastos perde a cabeça e dá uma entrada violenta em Arouca. Mais uma expulsão em mais um lance injustificável e imaturo. Tudo errado.

Daqui a uma semana tem o jogo que vale, pela Libertadores. Este seria o momento de alguém que representasse o São Paulo chamasse para si a responsabilidade e se colocasse junto dos jogadores e, solidário, lhes desse força para levantar a cabeça e continuar na luta. Mas infelizmente o São Paulo não tem ninguém para fazer isso. Sobra para comissão técnica.

Espero que Muricy faça o que realmente tem que ser feito. É preciso escalar na Argentina, contra o San Lorenzo, onze guerreiros: atletas que se doam, que lutem, que dividam todas as bolas, que não desistam nunca, que se preocupem em marcar e não apenas assistir aonde vai a bola.

Um empate na Argentina pode ser suficiente para a classificação. Não vou sugerir que passemos 90 minutos atrás. Isto seria loucura. Mas ê preciso jogar com inteligência. É preciso armar o time para fazer o que o São Paulo nunca faz – fechar o meio campo e ser capaz de atacar, no momento certo e em grande velocidade.

O São Paulo tem jogadores para fazer isso. Só é preciso colocá-los em campo com essa função.


O exemplo e a consagração de Tite
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Abilio Diniz

Terminei de assistir à Copa de 2014 frustrado e profundamente irritado. Como apaixonado por futebol e estudioso desse esporte, fiquei muito triste. Menos com o 7×1, que considero um acidente, e mais com toda a performance da seleção no torneio.

Não gosto de ficar apontando culpados, mas foi deprimente ouvir Parreira e Felipão dizerem que tinham feito tudo certo e que repetiriam tudo de novo se tivessem a oportunidade.

Já disse aqui que o Brasil continua produzindo craques, mas nos faltam técnicos competentes e atualizados. Por isso fiquei surpreso com a escolha de Dunga para dirigir a recuperação da seleção pouco depois do fracasso de 2014 e do insucesso dele próprio em 2010.

Se fosse eu o encarregado da escolha, Dunga seria a minha segunda opção. Sempre admirei sua coragem com aquele esquema tático ousado com volantes ágeis que tanto defendiam como chegavam ao ataque. Tivemos grandes resultados com essa forma de jogar, mas caímos no mundial de 2010.

Em outubro do ano passado, tive a oportunidade de conhecer pessoalmente aquele que teria sido minha primeira opção para renovar a seleção brasileira.

Convidei Tite para um almoço e um debate comigo e mais algumas pessoas que trabalham comigo em esporte. Ficamos todos muito felizes com a conversa, e cresceu ainda mais a nossa admiração por este técnico competente que não para de estudar e tentar evoluir.

O resultado está aparecendo. O desempenho do Corinthians neste ano, após o retorno de Tite, está sendo admirável. E quem ganha não é apenas o Tite e o Corinthians, mas todo o futebol brasileiro.

Neste final de semana, ele recebeu um grande reconhecimento da mídia. Uma entrevista na “Folha de São Paulo” e uma matéria na revista “Veja” colocaram Tite realmente num patamar acima dos profissionais brasileiros.

Seu exemplo ajuda a formar a onda que levará os nossos técnicos a entenderem que precisam se reciclar. Eu diria até que é mais do que uma reciclagem. É se abrir para a coisa mais importante da vida: ter humildade para procurar aprender sempre, reconhecer que nunca se sabe tudo e que aprender significa crescer.

Tenho falado isso seguidamente para o Muricy e o Milton Cruz no São Paulo e felizmente tenho sentido nos dois uma grande disposição para evoluir.

Estou cansado da história dos medíocres que dizem que técnico não ganha jogo. Não é verdade. E uma coisa é certa: se não ganha, pelo menos perde, como aconteceu conosco em 2014.

Espero que Dunga tenha sucesso na seleção e que Tite siga sua trajetória vitoriosa. O êxito dos dois valorizará muito a importância tática no nosso futebol, como acontece na Europa. Assim teremos muito aumentadas as nossas chances na Copa de 2018.


Partidas melhores virão
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Abilio Diniz

Sem grandes surpresas, chegamos ao final de mais uma rodada sem graça do Paulistão. Se é que serve de consolo, pelo menos em breve entraremos nas fases eliminatórias, quando os times terão que se obrigar a elevar seu nível técnico para a conquista do primeiro título do ano.

Até aqui, Palmeiras, Corinthians, São Paulo e Santos, mesmo oscilando suas atuações, somaram seus pontos para seguir em frente. Diferente do ano passado, quando os times do interior surpreenderam em muitas rodadas, eliminaram times principais até a conquista do campeonato pelo Ituano, este ano temos rodadas mornas e muitas vezes entediantes.

Hoje não foi diferente. Poupando titulares, Muricy escala o time misto para enfrentar a equipe mais fraca do Estadual. Sem sufoco, batemos o Marília por 3×0. Não é de se espantar que mais uma vez o público no Morumbi tenha sido tão inexpressivo. Vamos ver se diante do clássico contra o Palmeiras na próxima rodada o torcedor se anima mais.

O Alviverde, por sua vez vem conquistando suas vitórias, demonstrando que o pior já passou. Entretanto, ainda não venceu os clássicos que disputou até agora, para lavar a alma do torcedor palmeirense.

Apesar das falhas contra o Capivariano, o Corinthians de Tite segue vitorioso e contra o Audax, o Santos também cumpre com a obrigação e vence – com um placar magro de 1 a 0, mas vence.

Que venham partidas melhores, para nós e para o nosso futebol


Primeiro gol de uma dura partida
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Abilio Diniz

Enfim uma boa notícia, e no futebol. A Medida Provisória (MP) encaminhada pelo Governo Federal ao Congresso estabelece que os clubes terão de melhorar sua gestão para refinanciar dívidas milionárias acumuladas em anos de administrações irresponsáveis, para dizer o mínimo.

Em troca de generosas condições de quitação de dívida, a MP exige medidas básicas para a boa gestão de qualquer organização, como publicação de demonstrações contábeis auditadas por empresa independente; manter em dia obrigações tributárias, previdenciárias, trabalhistas, contratuais e de direito de imagem; zerar os déficits até 2021; diversificar gastos para outros esportes; responsabilizar judicialmente dirigentes por má gestão; criar um órgão para fiscalizar o cumprimento da lei e aplicar punições.

Como vocês têm acompanhado aqui no blog, sou fanático por futebol e esportes em geral. E há muito venho tentando colaborar para seu desenvolvimento. O desastre brasileiro (dentro de campo) na última Copa precisa servir de catalisador para as transformações indispensáveis do nosso futebol.

Como os dirigentes parecem mais parte do problema do que da solução, essas transformações devem começar pela base de atletas e por pressão da sociedade.

Tanto o Governo Federal quanto os jogadores reunidos em torno do Bom Senso FC, que vem sendo representado por Paulo André, estão de parabéns pela medida, que para deixar de ser provisória e se tornar lei, deve sofrer ainda ajustes no Congresso Nacional.

Ou seja, o jogo ainda não está ganho. A bancada da bola certamente se mobilizará para atenuar as mudanças, principalmente aquela que limita o mandato dos dirigentes.

Por isso, além de festejar este primeiro gol, é preciso fortalecer a defesa.


Repetindo erros, SPFC vai conquistando pontos na Libertadores
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Abilio Diniz

Finalmente o jogo que valia: o jogo pela Libertadores. E mesmo não jogando bem, o São Paulo conseguiu vencer o San Lorenzo e se manter em uma boa colocação no grupo. Alívio para os são-paulinos, mas não tenhamos ilusões, a falta de criação de jogadas efetivas e de um ataque mais ofensivo continua a pairar sobre o elenco, que se demonstra inseguro.

Com um meio campo lento, sem jogadas de profundidade e uma defesa ainda falha, o São Paulo permitiu claras chances de gol ao San Lorenzo. A bola que Michel Bastos colocou na trave com menos de um minuto de jogo só foi balançar a rede a dois minutos do fim, depois de o time insistir em jogadas pelo meio sem objetividade.

Houve evolução? Claro que sim. Vencemos o San Lorenzo, um bom time, perigoso e atual campeão da Libertadores. Houve mais luta, mas alguns jogadores ainda deixaram muito a desejar. Perdemos talvez a melhor possibilidade de gol logo no começo do jogo, quando Pato saiu machucado. Fizemos um primeiro tempo sofrível, porém tivemos uma melhoria no segundo. Mas no geral, O SPFC é um time inseguro, tenso e com muito medo de errar. Quando o gol demora a sair, os erros se acentuam.

Estamos conquistando pontos importantes, mas rever os mesmos erros a cada jogo só deixa o torcedor desconfiado. Não há dúvida que o clima de intranquilidade instalado entre os dirigentes está afetando o desempenho do time e afastando a torcida. Ontem foi um jogo para mais de 40 mil pessoas e tivemos 25 mil.

Esperamos que esta vitória traga mais tranquilidade a Muricy e aos jogadores e possa trazer luz e serenidade aos homens responsáveis pela condução do nosso querido tricolor.


Enquanto a quarta-feira não chega
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Abilio Diniz

Por enquanto, vamos nos contentando com as partidas sem emoção dos campeonatos regionais. Nesta última rodada, o Corinthians de Tite parou no time bem arrumado do Red Bull. O Santos passeou em Marília e o Palmeiras penou para passar pelo XV de Piracicaba. O São Paulo? Conseguiu vencer a Ponte Preta em um momento importante. O time tem jogo decisivo na quarta-feira contra o San Lorenzo pela Libertadores: um jogo para decidir o presente e o futuro.

O São Paulo precisa de tranquilidade e confiança para vencer o momento difícil que está passando. Por este motivo a vitória deste domingo foi importante. Jogou mal como nos últimos jogos, o começo foi horrível com o adversário ameaçando golear. Muricy armou o time com três zagueiros como no jogo contra a Bragantino. Mas desta vez a mágica não funcionou. Boschilia esqueceu a lateral e foi armar o meio campo. Por esta avenida, a Ponte penetrou e numa jogada mortal de linha de fundo e ajudada pela falha grotesca de Auro com a colaboração de Rogério, que ficou olhando, marcou o primeiro gol.

Logo em seguida Rogério se redimiu e salvou o que seria o segundo e o travessão se encarregou de salvar mais um. Em ritmo de treino, o São Paulo cochilava em campo. Thiago Mendes não armava nada e Hudson ficou perdido sem saber se avançava ou defendia. Cafu parecia confuso,  Ewandro e Kardec não existiram. Um a zero foi pouco para a Ponte.

Justiça seja feita, no segundo tempo as coisas mudaram porque mudou o esquema tático e a atitude dos jogadores. Muricy desmanchou os esquema com três zagueiros, colocou Boschilia realmente no meio e finalmente o time começou a correr. Mesmo sem jogar minimamente bem, a mudança foi suficiente para virar o jogo numa bela e rara jogada de Kardec, que deu o passe no meio campo e correu para a área para enfiar o peito na bola e marcar. Esta vitória pode dar força para o jogo de quarta-feira, aquele que realmente vale.

A torcida precisa fazer sua parte. Os são-paulinos precisam esquecer os problemas do clube e lotar o Morumbi. O São Paulo é maior que as dificuldades do momento. É preciso acreditar e fazer a nossa parte. Vamos torcer e apoiar


O fosso entre Londres e São Paulo
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Abilio Diniz

Para os admiradores do futebol, a semana chega ao fim com um contrassenso gritante do esporte. De um lado, temos jogos espetaculares da Champions League, com disputas acirradas, com a garra e entrega de seus jogadores, com estádios cheios e confrontos de encher os olhos de qualquer torcedor. Enquanto isso, aqui no Brasil, seguimos com os apáticos Campeonatos Regionais, inexpressivos dentro e fora de campo.

Quem viu o eletrizante PSG e Chelsea em Londres, decidido na prorrogação, com decisivas atuações de craques brasileiros, e viu no dia seguinte São Paulo e São Bento ou qualquer outro jogo dos campeonatos estaduais teve uma clara dimensão do tamanho do fosso que separa o futebol europeu do futebol brasileiro.

É lamentável o cenário no qual se encontra o nosso futebol e mais lamentável ainda o fato de praticamente nada estar sendo feito por nossos dirigentes para mudar esse cenário, que ficou claro na Copa do Mundo e mais claro ainda desde então.

E o problema não está na falta de talentos individuais. Se não houvesse bons jogadores brasileiros, a Europa e seus clubes não estariam cheios deles, muitos dando show nos campeonatos nacionais e na própria Champions. O que lamento é a limitação tática na qual se encontra a maioria de nossos clubes – mesmo nos que atualmente disputam a Libertadores da América.

É claro que temos exceções, mas no fundo os torcedores estão insatisfeitos. Queremos ver partidas emocionantes. O que dizer de São Paulo x São Bento? Um jogo que chamou mais atenção em seus aspectos externos do que no campo. Em uma noite como a de ontem, 4.000 torcedores se deram ao trabalho de ir ao Morumbi e acabaram mais protestando contra o que viram que torcendo nos 90 minutos de baixíssimo nível técnico. O tricolor consegue uma vitória sofrida por 1 a 0 em um jogo sofrível até para o mais apaixonado dos são-paulinos. Lamentável.

É preocupante imaginar que prestes a disputar um jogo importante na Libertadores tenha sido este 1 a 0 o melhor que o São Paulo conseguiu fazer. Não estávamos com time B ou C. Em campo, o ataque formado por Michel Bastos, Pato, Kardec e Centurión deveria ser suficiente para uma atuação mais ofensiva. Mas o time não encontrou espaço para boas jogadas e não aproveitou a fraqueza do adversário para testar jogadas ensaiadas e corrigir os erros que vem repetindo. Foi só mais do mesmo.

Se a vitória deveria embalar os ânimos da equipe para o jogo contra o San Lorenzo, deixou a desejar. Gostaria de estar mais animado e confiante para os próximos confrontos pela Libertadores. Pode ser que eu me surpreenda, mas acho que não estamos preparados. Como torcedor, continuo esperando o melhor, mesmo estando desapontado.


São-paulinos, o melhor está por vir
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Abilio Diniz

Em clássico pelo Paulistão, o São Paulo tem nova derrota para o Corinthians. Mas não há motivo para tristeza. O jogo de hoje não valia nada, como não valem nada os campeonatos regionais. Eles só fazem sentido para os cartolas da CBF, que se negam a buscar um formato mais inteligente em benefício do futebol brasileiro.

Mas vamos ao jogo: apesar de o São Paulo ter atuado um pouco melhor do que no primeiro confronto contra o Corinthians neste ano – naquela apática partida pela Libertadores, o time de Muricy repetiu os mesmos erros quem vem cometendo.

Mesmo dominando a posse de bola e com um maior número de finalizações que o alvinegro, o São Paulo não conseguiu marcar – assim como aconteceu contra o Rio Claro na rodada anterior.

A defesa continua só olhando a bola, sem marcar o jogador adversário, deixando-o livre, como aconteceu com o Danilo, que recebeu a bola completamente sem marcação. Além disso, o São Paulo se mantém muito lento na transição defesa-ataque.

O time até tentou jogar pelas laterais, mas não conseguiu chegar à linha de fundo. Em resumo, o São Paulo só tem uma jogada: tabelinha se entradas pelo meio. Quando joga contra uma defesa bem armada, não consegue fazer nada.

Enquanto o São Paulo não tem jogadas ensaiadas, o Corinthians tem várias – tanto que Danilo chegou a declarar no intervalo que seu gol foi resultado de uma jogada ensaiada.

São-paulinos, reconheço que perder para um rival é sempre doído. Mas, quem sabe o episódio de hoje possa ser revertido em um aprendizado. Os jogos que valem realmente algo vêm pela frente.

Daqui a duas semanas, enfrentaremos o San Lorenzo pela Libertadores. Quem assistiu ao jogo dos argentinos contra o Corinthians, viu que o time é um adversário difícil. E o jogo que poderemos realmente lavar a alma é o último da fase de grupos pela Libertadores, contra o Corinthians no Morumbi.

Ainda estamos no começo do ano. Temos tempo para nos recuperar. Mas, para isso, é preciso trabalhar e treinar o lado tático, criar jogadas ensaiadas, fazer com que os jogadores se conscientizem de que a marcação deve ser dura, além de conferir velocidade à transição defesa-ataque e criar meios para chegar à linha de fundo.

Não vamos nos lamentar. Vamos olhar com otimismo para frente e ter em mente que para jogar contra o Corinthians de Tite é preciso muito mais que futebol. É preciso também uma boa dose de esperteza.

Por último, uma palavra sobre o Palmeiras, que conquistou sua sexta vitória consecutiva. O Alviverde agora vive uma boa fase com um bom elenco, um belo estádio e conta com forte patrocínio. Enfim, tem tudo para voltar a brilhar. Resta saber se Oswaldo de Oliveira conseguirá dar ao Palmeiras tudo o que ele precisa. Vamos ver.


Um dia feliz para o esporte
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Abilio Diniz

Quem me conhece sabe que não sou só adepto, mas também entusiasta dos esportes. Hoje, tive o privilégio de participar de mais um grande dia para o desenvolvimento esportivo do meu país: a inauguração das novas instalações do Núcleo de Alto Rendimento Esportivo de São Paulo (NAR).

O NAR, um projeto idealizado por mim, o meu filho João Paulo e o doutor em Treinamento Esportivo Irineu Loturco, nasceu em 2011. Seu objetivo é desenvolver, avaliar e preparar atletas e equipes de alto rendimento, além de capacitar cientificamente técnicos e preparadores físicos para melhorar os resultados dos atletas brasileiros nas competições.

Rapidamente e com muito trabalho, o NAR se tornou referência na pesquisa, avaliação e prescrição de treinamento esportivo no Brasil.

Por lá já passaram mais de 1.500 atletas de mais de 70 modalidades esportivas – incluindo seleções nacionais de atletismo olímpico e paralímpico, basquete e judô, e atletas como Fabiana Murer, Fernando Fernandes, Ana Claudia Lemos, Keila Costa, entre muitos outros.

Agora, nas novas instalações, poderemos fazer muito mais graças ao apoio fundamental da Prefeitura de São Paulo, com quem o nosso Instituto Península assinou parceria em maio.

Como acontece em outros setores, nosso desempenho nos esportes ainda está aquém do potencial do Brasil. Somos um país jovem, amante dos esportes, com mais de 200 milhões de habitantes e uma das maiores economias do mundo. Podemos conquistar muito mais na área esportiva. Assim, o esporte e os esportistas farão muito mais por nós, projetando nosso país no mundo, aumentando nossa confiança e criando campeões que serão ídolos e exemplos para os nossos jovens.