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Seleção brasileira? Nem no Pan!
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Abilio Diniz

Incrível: estamos  fora da disputa pelo ouro no futebol Pan-Americano.

O Brasil perdeu por 2×1 para o Uruguai, apesar de ter jogado com um homem a mais desde os 10 minutos do primeiro tempo, quando o jogador uruguaio foi expulso.

O Brasil dominou o jogo o tempo todo, mas foi incapaz de criar e de vencer a retranca uruguaia.

Por sorte, aos trinta minutos do segundo tempo, a seleção brasileira conseguiu seu gol através de um pênalti mal batido, defendido pelo goleiro e marcado graças a um rebote.

Porém, mesmo com 10, o Uruguai foi para cima e, em duas falhas da defesa brasileira, conseguiu virar o jogo e se classificar para a final.

É triste, lamentável, mas o problema é bem maior do que isto.

E o time principal? O que vamos fazer nas eliminatórias para a Copa da Rússia, que logo começarão? O que acontecerá?

Pela primeira vez na história, aceitaremos ficar fora de um campeonato mundial?  

O que realmente me preocupa é a postura dos responsáveis pela seleção brasileira e da própria CBF.

É estarrecedor ler a recente entrevista de Gilmar Rinaldi, coordenador de seleções, dizendo que estamos no caminho certo, que tudo está bem e que vamos nos sair bem nas eliminatórias. O que aconteceu com você, Gilmar?  

Precisamos de mudanças e urgentes.

Uma ideia seria pedir a Zico que abandone a ideia de se candidatar à presidência da FIFA e se lançar a presidente da CBF numa campanha por aclamação nacional.

Se isto acontecer poderemos fazer uma grande campanha, um grande movimento nacional, pedindo ao Senhor Marco Polo que, em nome da alegria dos brasileiros e pela volta da dignidade do nosso futebol, renuncie ao seu cargo.

Uma campanha “Renuncia Marco Polo e leva consigo o Gilmar e o Dunga”.


A nossa parte no escândalo da FIFA
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Abilio Diniz

As investigações das autoridades americanas contra os principais dirigentes do futebol mundial me dão a esperança de que, finalmente, poderemos ver o início de uma nova era nesse esporte tão amado e também tão maltratado no Brasil e no mundo. Foi a maior vitória do futebol mundial dos últimos tempos, e aconteceu fora dos gramados.

Há muito tempo sabemos que essa casta há décadas encrustada na FIFA e em outras importantes entidades do futebol usa o esporte somente para benefício próprio, passando por cima de tudo que apareça, inclusive das leis.

A renúncia do presidente da Fifa, Joseph Blatter, e a prisão de outros dirigentes, inclusive um ex-presidente da CBF, deve ser o pontapé inicial para devolver o futebol ao povo, que é o seu único dono.

Mas, apesar da comemoração da torcida, o jogo não está ganho. É preciso lembrar que na semana passada, poucos dias depois da prisão dos dirigentes num hotel em Zurique, a FIFA reelegeu com relativa folga Blatter e sua turma para um novo mandato à frente da organização até 2019! Foi um constrangimento e uma ofensa em nível planetário, que a renúncia atenua um pouco. Esses mesmos dirigentes agora terão de eleger um novo presidente.

O que fazer? Como garantir que a maior conquista do futebol mundial em décadas, ocorrida, sintomaticamente fora dos campos, se transforme de fato em um caminho para o avanço do esporte mais amado do mundo? Torcer só não basta.

Aqui no Brasil já temos uma iniciativa muito importante pela melhoria do futebol: a Medida Provisória em tramitação no Congresso que estabelece que os clubes terão de aperfeiçoar sua gestão para refinanciar suas dívidas milionárias com a União.

A CBF, cujo vice-presidente hoje aguarda numa prisão suíça a extradição para os EUA, as federações estaduais e dirigentes de futebol em geral já fazem grande pressão no Congresso brasileiro contra as mudanças propostas. Esse mesmo Congresso, diante do escândalo mundial, acaba de aprovar a criação de uma CPI para investigar tanto a FIFA quanto a CBF.

Há uma ligação clara entre os desmandos no futebol mundial e os desmandos na gestão dos clubes brasileiros. O combate numa frente ajuda no combate na outra frente. Que a CPI ajude na aprovação da MP.

O Poder Executivo fez a sua parte. Agora a bola está no Congresso Nacional. O futuro do futebol brasileiro está nas mãos de nossos deputados e senadores. Que eles defendam o povo brasileiro que tanto ama o futebol e aprovem a MP que pode mudar a história do futebol brasileiro. Assim vamos fazer a nossa parte para começar a limpeza e a reestruturação do nosso futebol.

Isso o FBI não fará por nós. Quem tem que mudar esse estado lamentável do futebol brasileiro somos nós mesmos.


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