Blog do Abilio Diniz

Leicester: o pequeno que virou gigante
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Abilio Diniz

Fico extremamente feliz quando vejo histórias incríveis sendo contadas no futebol. Na tarde desta segunda-feira pudemos vivenciar mais uma bonita página sendo escrita.

O título do eficiente Leicester no badalado Campeonato Inglês foi a maior surpresa do futebol mundial nesta temporada. A conquista foi selada depois do empate entre o vice-líder Tottenham contra o Chelsea por 2×2.

O Leicester deixou para trás, além dessas duas equipes que protagonizaram o jogo que lhe garantiu o título inglês, times do porte, tradição e poderio econômico de Manchester United, Manchester City, Arsenal, Liverpool, entre outras certamente mais favoritas que o ''pequeno'' campeão.

Pequeno, até esta segunda-feira. O que fez o Leicester foi, é, e será inesquecível. Várias gerações se lembrarão que na temporada 2015/16 uma equipe que quase caiu de divisão um ano antes, começou um campeonato longe da lista dos mais cotados, foi surpreendendo, ganhando jogos incríveis, até terminar com o título.

Costumo dizer que a gente escolhe o que quer ser. Ser grande é uma escolha. Basta acreditar. O Leicester acreditou.

Só o futebol é capaz de criar histórias como essa. O pequeno assombrou o mundo e virou gigante.


Empate em um belo jogo em Osasco
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Abilio Diniz

O primeiro jogo da final do Campeonato Paulista foi repleto de alternativas táticas e mostrou porque Santos e Audax mereceram chegar à decisão.

Dorival Júnior armou um esquema inteligente. Como muita gente poderia imaginar, por ser o “time grande”, o Santos deveria pressionar o Audax, mas o técnico da equipe da Baixada Santista fez o contrário: recuou o time e a partir do meio do campo marcou sob pressão. Essa estratégia dificultou muito as coisas para os comandados de Fernando Diniz.

O Santos jogou no contra-ataque e teve três oportunidades claras de gol no primeiro tempo. A qualidade dos jogadores do Santos é superior e fez a diferença. O time merecia ter virado na frente no intervalo.

No segundo tempo, o Audax melhorou com a substituição feita por Fernando Diniz. Com a saída de um meia para a entrada de um atacante, o time ganhou em força para chegar à área do Santos e acabou abrindo o placar em mais uma bela jogada trabalhada, uma marca desse time.

O gol deu ânimo e confiança para o Audax, que passou a comandar a partida. Mas um erro de passe na defesa, seguido de um belo chute com efeito de Ronaldo Mendes, deu o empate ao Santos e deixou a final totalmente aberta.

Foi daquelas partidas que satisfazem quem gosta de um futebol bem jogado. Várias chances de cada lado e uma bela disputa tática entre os treinadores.

Terminei de assistir ao jogo querendo que o próximo domingo chegue logo para ver o que esses times irão nos apresentar em Santos.


São Paulo em estado de graça
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Abilio Diniz

Que noite memorável! Tenho falado sempre que o São Paulo tem um bom elenco e na noite desta quinta-feira, com o Morumbi lotado e com o espírito de Libertadores, eles comprovaram o que penso. Jogaram como há muito tempo não se via.

Foi a melhor partida do ano sem a menor dúvida. A goleada por 4 x 0 poderia ter acontecido logo no primeiro tempo, tão grande foi a superioridade do São Paulo.

O Toluca nem parecia o time que terminou em primeiro lugar em um dos grupos mais difíceis da primeira fase da Libertadores. Os mexicanos estavam apavorados em campo e a bola parecia queimar nos pés dos jogadores. Mérito dos são-paulinos que marcaram em cima desde o começo da partida e dificultaram muito a vida do adversário.

Paulo Henrique Ganso está no melhor momento de sua carreira. Se continuar assim, vai merecer seu lugar de volta na Seleção Brasileira. Ele está brilhando demais. Procurando o jogo, chamando para si a responsabilidade de organizar o time. Um craque.

Michel Bastos voltou a seus bons tempos. Fez gol e ganhou todas as jogadas. Thiago Mendes também atuou como no ano passado, chegando mais na área adversária, tanto que marcou um golaço tabelando com Ganso. O garoto Kelvin foi muito bem e até Centurion brilhou, marcando duas vezes.

Aliás, gosto muito desse esquema de jogo. Uma equipe leve no ataque e se movimentando bastante. Mesmo sem um centroavante clássico, o time ganhou todas as bolas pelo alto.

Foi uma noite em que tudo deu certo. Os jogadores do São Paulo correram demais, atuaram com garra e disposição durante os 90 minutos da partida e praticamente garantiram a classificação à próxima fase da Libertadores.

Como dá prazer assistir a esse São Paulo.


Conselho do SPFC está de parabéns
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Abilio Diniz

O Conselho Deliberativo do São Paulo merece aplausos pela decisão de expulsar o ex-presidente Carlos Miguel Aidar e o ex-diretor Ataíde Gil Guerreiro. As atitudes de ambos não condizem com o que se espera de dirigentes de futebol.

O presidente do Conselho, Marcelo Pupo Barboza, merece elogios também pela condução independente e corajosa do caso, assim como o conselheiro Jose Roberto Ópice Blum, que presidiu a comissão de Ética que analisou o assunto.

Como venho escrevendo aqui neste blog, os conselheiros do São Paulo representam os verdadeiros donos do clube. Eles são fundamentais para promover uma gestão moderna e profissional sem a qual o São Paulo não sairá de sua crise atual nem tampouco retomará seus tempos de glória.

Espero que esta ação contundente do Conselho sirva de precedente para que o órgão seja mais atuante na gestão e conduza o clube para novas práticas e nova forma de governança.

Parabéns, conselheiros, vocês deram um exemplo para o futebol brasileiro.


Pacto Pelo Esporte marca gol no Campeonato Carioca
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Abilio Diniz

Minha grande luta nos esportes em geral, e no futebol em particular, é pela profissionalização da gestão. Isso vale tanto para os clubes e associações esportivas, quanto para as entidades que dirigem o setor.

Por isso fiquei muito feliz neste domingo quando vi o Flamengo entrar em campo na semifinal do Campeonato Carioca contra o Vasco com a logomarca do Pacto Pelo Esporte no uniforme rubro-negro.

O Pacto é uma iniciativa da organização Atletas pelo Brasil e tem o objetivo de cobrar transparência e gestão moderna, profissional e eficiente nas entidades esportivas. Com um modelo de administração correto, não só o desempenho das equipes e atletas melhorarão, como as empresas se sentirão mais seguras para investir mais no esporte. 

A ideia central do Pacto Pelo Esporte é estabelecer critérios de governança para a realização de patrocínios e investimentos em clubes, federações e confederações. O acordo foi assinado por 20 das maiores empresas brasileiras em outubro do ano passado.

O apoio de um clube do porte do Flamengo tem significado enorme, pois revela o avanço que campanhas como essa, em prol da boa gestão esportiva, têm conquistado. Cresce a percepção de que a gestão profissional é condição necessária para o desenvolvimento dos esportes em nosso país.

Apóio o Pacto Pelo Esporte e sou parceiro da Atletas pelo Brasil. O trabalho da Atletas pelo Brasil é muito bem conduzido pela craque do vôlei Ana Moser e conta com o apoio de personalidades importantes e respeitadas do esporte brasileiro, como Bernardinho, Raí, Lars Grael, Paula, Cafu, Gustavo Borges, Hortência, Paulo André, entre outros atletas e ex-atletas.

Como amante e praticante de esporte e por entendê-lo como ferramenta eficiente de inclusão social e desenvolvimento, espero que iniciativas como essa prosperem e deem frutos. O caminho da gestão esportiva eficiente tem muitos obstáculos no Brasil pois enfrenta estruturas e práticas arcaicas e enraizadas. Mas o inconformismo contra elas está aumentando e no domingo marcou um gol ao entrar em campo com a camisa do Flamengo.

Conheça mais sobre o Pacto pelo Esporte no site http://pactopeloesporte.org.br/


Futebol alegre do Audax derruba o Corinthians
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Abilio Diniz

A classificação do Audax contra o Corinthians foi um prêmio para o futebol. Em um meio em que precisamos tanto de novidades táticas, o estilo de jogo adotado pelo técnico Fernando Diniz deve ser observado. A chegada de seu time à final do Campeonato Paulista é um sinal de que, sim, é possível ousar, tentar algo novo e ter sucesso.

O jogo foi um duelo tático interessantíssimo. Tite é um ótimo treinador e seu time sabe jogar. O Corinthians apresenta um numero grande de jogadas, ultrapassagens, triangulações. É uma equipe muito difícil de ser batida, ainda mais no seu estádio.

Fernando Diniz conseguiu.

Enfrentando muito mais dificuldades do que contra o São Paulo, o Audax jogou novamente seu futebol alegre, competente e até certo ponto irresponsável e encarou o Corinthians de igual para igual. O time trocou passes, fez tabelas, lances de efeito. E teve muita competência nas finalizações, tanto no tempo normal quanto nos pênaltis.

Parabéns ao Fernando Diniz pela ousadia e ao Mário Teixeira, ex-diretor do Bradesco, por manter no Audax a estrutura de uma empresa.

Eu, que iniciei a história desse clube anos atrás e assisti ao seu crescimento ano após ano, fico muito feliz em ver que o modelo prosperou.


Na base da raça, São Paulo se classifica na Libertadores
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Abilio Diniz

Foi na raça. Em um jogo em que sobrou emoção e sofrimento, o São Paulo conseguiu se classificar às oitavas-de-final da Copa Libertadores da América ao empatar com o The Strongest na desumana altitude de La Paz.

A missão está cumprida. Agora, o São Paulo enfrentará o Toluca, do México, na próxima fase. Como torcedor estou satisfeito com a classificação, mas é preciso saber separar as coisas.

Há muito a melhorar e tenho certeza que todo são-paulino sabe disso. O The Strongest é muito fraco. Não é o Audax. Incrível como o São Paulo conseguiu perder para este time jogando no Pacaembu. Mesmo com a altitude, os bolivianos não conseguiam trocar passes ou criar jogadas.

O São Paulo novamente jogou com muita raça e pouca técnica. A dedicação dos jogadores foi nítida. Vários atletas sem fôlego durante o jogo, mas mesmo assim se entregaram até os últimos instantes.

O que não precisava acontecer era a expulsão do goleiro Dênis. Quase ele coloca tudo a perder por um erro infantil. Era claro que o árbitro iria expulsá-lo por cera. Ele não poderia ter dado essa chance.

Sorte que o zagueiro Maicon, um dos melhores do São Paulo jogando na linha, também deu sua contribuição como goleiro, segurando duas bolas até certo ponto difíceis para quem não é do ramo.

A maior preocupação que fica é pela expulsão de Calleri, artilheiro do Tricolor e da Libertadores. Ele tem salvado o São Paulo com seus gols e ficará de fora da primeira partida contra o Toluca, no Morumbi, onde seria ideal fazer um bom resultado.

Comemorar a classificação é bom e deve ser feito. Mas o torcedor espera agora uma sequência de bons jogos do São Paulo. Estamos aguardando o fim dessa oscilação desde o início do ano.


São Paulo dá vexame e sai do Paulista
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Abilio Diniz

Após o jogo contra o São Bento, critiquei o São Paulo e, principalmente, seu esquema tático de jogo, ou melhor, a ausência dele. Disse que o time poderia passar pelo River Plate na Libertadores com o Morumbi repleto e a torcida apoiando o time. Mas, disse também que contra o Audax, a coisa poderia ser diferente.

Não deu outra. O time argentino não é mais nem sombra daquela equipe do ano passado, quando venceu a Libertadores. Com o estádio cheio e os jogadores atuando com muita garra, vencemos, continuamos vivos na competição, e o que é melhor, dependendo apenas de nós.

Mas, e este domingo? Foi o dia da verdade. O Audax é um time diferente, de uma alegria e beleza que beiram a irresponsabilidade. É uma equipe muito bem dirigida por um jovem técnico brasileiro que, se tiver chance, vai crescer ainda mais e mostrar que o Brasil não precisa de técnicos estrangeiros. Quem não concorda com isso, que dê uma olhada também no Atlético Mineiro dirigido pelo uruguaio Diego Aguirre.

O Audax sobrou frente ao São Paulo. Fernando Diniz não só deu um nó em Bauza, ''El Patón'', como o embrulhou para presente e o ofereceu para os cartolas encastelados no Morumbi. Foi um vexame.

Não dá para não criticar tamanha incompetência, principalmente porque leio nos jornais que ''El Patón'' quer ainda de três a cinco jogadores. Para que? Para colocá-los em campo e deixá-los perdidos, sem um mínimo esquema tático?

O São Paulo, além de não ter um modelo de jogo, não tem jogadas ensaiadas, não chega nunca à linha de fundo e joga em três blocos que não se entendem – defesa, meio-campo e ataque. É este o futebol moderno?

O Tricolor pode até vencer o The Strongest e continuar na Libertadores; vou torcer bastante por isso. Mas continuará sendo um time com bons jogadores e que poderia ter desempenho muito melhor se fosse bem dirigido. Os são-paulinos merecem muito mais.


Uma vitória fundamental
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Abilio Diniz

Que vitória importante! Os jogadores do São Paulo mostraram bravura, entrega, bom futebol e conseguiram melhorar as condições de classificação para a próxima fase da Libertadores. Agora, um empate na Bolívia contra o The Strongest leva o Tricolor às oitavas de final.

 

Missão simples? Longe disso. A altitude desumana de La Paz talvez seja o maior adversário do São Paulo na próxima quinta-feira. Mas, diante do cenário que se apresentava, jogar por um empate na última rodada é uma evolução considerável.

 

A torcida também fez a sua parte, Para um público de mais de 51 mil pessoas (como é bonito ver o Morumbi lotado…), o São Paulo começou o jogo partindo para cima do River e impondo seu ritmo. Não demorou para o argentino Calleri mostrar seu faro de centroavante e abrir o marcador com um chute forte dentro da área.

 

Mesmo com um começo de segundo tempo mais morno e com o River mais à frente, o time de Bauza manteve o domínio das ações, tanto que antes dos 15 minutos, mais uma vez Calleri apareceu para marcar o segundo do São Paulo. Era o placar que resumia bem o desenho do jogo.

 

Depois do gol, uma confusão entre os jogadores resultou na expulsão de um argentino e um cartão amarelo para o artilheiro Calleri, o que fez Bauza retirá-lo do jogo para não ser expulso.

 

Era o cenário perfeito para ampliar o placar. Entretanto, mesmo com um jogador a mais, o São Paulo levou um gol do River e, por pouco mais de dez minutos, passou por um nervosismo desnecessário pela bela partida que os jogadores faziam até aquele momento. Um empate do River obrigaria o time do Morumbi a vencer na Bolívia.

 

Felizmente nem a expulsão de João Schmidt foi suficiente para mudar o placar do jogo. O São Paulo se segurou e venceu uma partida carregada de pressão.

 

Mesmo com esse pequeno sufoco no final, entendo que os jogadores responderam muito bem à obrigação de vitória. É um bom sinal para os desafios que vêm pela frente.


Problema do São Paulo não são os jogadores
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Abilio Diniz

Com oito jogadores considerados reservas, o São Paulo começou a partida contra o São Bento jogando muito bem. Sufocou o adversário e criou inúmeras chances de gol.

Isso comprova o que tenho dito sempre. O São Paulo tem bons jogadores, um bom elenco, com pelo menos dois atletas para cada posição com condições de serem titulares.

O que falta ao São Paulo é eficiência tática e técnica em todos os níveis, desde os cartolas até seu treinador.

De novo, Bauza foi mal. No segundo tempo, o São Bento mudou completamente a forma de atuar, passou a comandar o jogo e terminou vencedor. O São Paulo tinha volume, mas, de novo, faltava objetividade, um mínimo de esquema tático e jogadas ensaiadas.

Centurión começou muito bem e depois sumiu. Os volantes não chegaram no ataque e nem se apresentaram como alternativa de jogo. Jogando assim, as coisas ficam mais difíceis mesmo.

Li que torcedores cercaram o ônibus do São Paulo na saída do estádio em Sorocaba chamando o time de “sem vergonha”. Entendo que o torcedor tem direito de protestar pacificamente, mas acho as críticas mal endereçadas, porque os jogadores têm feito o que podem dentro de campo. Eles não são o problema no São Paulo hoje.

O time tem agora duas partidas muito importantes: na quarta-feira, contra o River Plate, da Argentina, quando praticamente decide seu futuro na Libertadores, e no final de semana contra o Audax, pelas quartas-de-final do Paulistão.

Contra os argentinos, dá para ganhar. O time do River deste ano não é sombra da equipe do ano passado. Já contra o Audax, a parada pode ser mais complicada. Mas, um jogo de cada vez.

Espero que os são-paulinos lotem o Morumbi nesta quarta-feira e aplaudam muito o time. Os jogadores têm se esforçado. Não têm culpa da bagunça administrativa e, portanto, merecem todo o apoio. Vamos torcer.