Na base da raça, São Paulo se classifica na Libertadores
Abilio Diniz
Foi na raça. Em um jogo em que sobrou emoção e sofrimento, o São Paulo conseguiu se classificar às oitavas-de-final da Copa Libertadores da América ao empatar com o The Strongest na desumana altitude de La Paz.
A missão está cumprida. Agora, o São Paulo enfrentará o Toluca, do México, na próxima fase. Como torcedor estou satisfeito com a classificação, mas é preciso saber separar as coisas.
Há muito a melhorar e tenho certeza que todo são-paulino sabe disso. O The Strongest é muito fraco. Não é o Audax. Incrível como o São Paulo conseguiu perder para este time jogando no Pacaembu. Mesmo com a altitude, os bolivianos não conseguiam trocar passes ou criar jogadas.
O São Paulo novamente jogou com muita raça e pouca técnica. A dedicação dos jogadores foi nítida. Vários atletas sem fôlego durante o jogo, mas mesmo assim se entregaram até os últimos instantes.
O que não precisava acontecer era a expulsão do goleiro Dênis. Quase ele coloca tudo a perder por um erro infantil. Era claro que o árbitro iria expulsá-lo por cera. Ele não poderia ter dado essa chance.
Sorte que o zagueiro Maicon, um dos melhores do São Paulo jogando na linha, também deu sua contribuição como goleiro, segurando duas bolas até certo ponto difíceis para quem não é do ramo.
A maior preocupação que fica é pela expulsão de Calleri, artilheiro do Tricolor e da Libertadores. Ele tem salvado o São Paulo com seus gols e ficará de fora da primeira partida contra o Toluca, no Morumbi, onde seria ideal fazer um bom resultado.
Comemorar a classificação é bom e deve ser feito. Mas o torcedor espera agora uma sequência de bons jogos do São Paulo. Estamos aguardando o fim dessa oscilação desde o início do ano.