A queda de Doriva
Abilio Diniz
Juca: São Paulo precisa de uma limpeza; PVC: São Paulo precisa de um bombeiro
É uma pena que um técnico jovem como Doriva tenha que passar novamente por um processo de demissão. Foi assim no Vasco no início do ano, e agora se repete no São Paulo. A vida é assim, principalmente no futebol brasileiro. Mas desta vez os dirigentes são-paulinos agiram certo.
Desde a sua chegada estava claro que Doriva não era o técnico adequado para o São Paulo, principalmente neste momento. O colombiano Osório tinha acabado de pedir demissão quando os jogadores estavam se acostumando à sua maneira de jogar.
Não vamos qualificar aqui o futebol de Osório, mas qualquer um saberia que era um estilo de jogar completamente diferente do estilo de Doriva. Portanto, a culpa maior foi de quem o contratou, o ex-presidente Aidar, que de futebol não entendia nada.
Mas Doriva também tem sua responsabilidade por ter aceitado vir para o São Paulo no momento em que veio. Não olhou para isso e depois de uma sequência de jogos desastrosos foi demitido porque os atuais dirigentes não tinham nenhum compromisso com ele. Como disse, em minha opinião agiram certo. Se não acreditavam que Doriva poderia ser o técnico em 2016, fizeram rapidamente o que deveria ser feito. O que adiantava manter o técnico até o fim do campeonato, mais quatro jogos, sem chance de continuar?
Pelo menos o São Paulo vai para esses quatro jogos finais, para a decisão de classificar ou não para a Libertadores, sob nova direção.
Milton é muito querido e respeitado pelos jogadores. Acredito que vai agitar a turma, e pode ser que consiga se sair bem nesta dura tarefa. Serão quatro jogos dificílimos pela frente, contra o líder e o vice-líder do campeonato e contra duas equipes lutando para não cair.
Com Doriva nossas chances de conseguir os objetivos eram quase nulas. Com Milton Cruz, apesar de todas as dificuldades, as chances e, principalmente, a esperança aumentam muitíssimo.
Independentemente de classificar ou não para a Libertadores, este é o momento de se programar o ano de 2016. E isso não daria para fazer com um técnico que não continuaria no próximo ano.
Com Milton, mesmo interino, esse trabalho pode ser muito bem feito, visto que ninguém conhece melhor os jogadores em ação no Brasil do que ele. Agora é olhar à frente e ir à luta.