Mensagem ao Menon
Abilio Diniz
Menon, acompanho sempre o seu blog e os seus comentários. Acho eles sempre inteligentes, e muitas vezes concordo com o que você escreve. Seu post do domingo, dizendo ser difícil torcer pela seleção brasileira porque, de alguma forma, é torcer também pela CBF, me fez pensar. Pelo amor que tenho pelo Brasil, me sinto condenado a torcer sempre pela nossa seleção, mas devo dizer que eu entendo e compartilho do que você falou.
A seleção acaba nos remetendo sempre à CBF e às articulações de seus dirigentes. E à hipocrisia das pessoas que falam bem da seleção porque tem interesses ligados à CBF.
Como sair dessa armadilha?
Acho que pessoas como você, eu e tantos outros que pensam como nós temos que continuar lutando para mudar a CBF e mudar a classe dirigente do futebol brasileiro.
Os caminhos já estão sendo construídos, e precisam ser apoiados. Um movimento no qual acredito muito é o dos jogadores do Bom Senso, que está procurando fazer coisas diferentes.
Nessa hora de virada, é preciso pensar fora da caixa, como, por exemplo, a criação de uma liga de futebol nos moldes da Alemanha e da Inglaterra.
Tudo isso tem que ser pensado e repensado por gente, como nós, que não se acomoda com essa situação lamentável e quer mudanças.
Este é o momento. O Congresso está discutindo a Medida Provisória enviada pelo Executivo que pune a má gestão e recompensa a boa gestão.
Pela primeira vez, Executivo e Legislativo, ou pelo menos uma parte do Legislativo, estão de fato engajados em melhorar o nosso futebol.
Vamos fazer com que as coisas realmente aconteçam para que o futebol brasileiro finalmente se modernize.
O futebol é viável como empresa, é viável como liga. O que precisamos são dirigentes dedicados, preparados e de boa-fé.
Continue assim. Continue falando. Eu seguirei falando aqui também. Mas vou sempre torcer pela seleção brasileira.