Fim de festa
Abilio Diniz
Finalmente chegaram ao fim os campeonatos estaduais. As finais até que são emocionantes mas o preço que se paga para chegar a elas é muito alto.
No caso do campeonato paulista, neste ano tivemos a sorte de ter os quatro grandes como finalistas, o que contribuiu muito se ter mais emoção e rendas melhores. Mas a fase de classificação foi um horror, ridícula e totalmente sem sentido.
Quando é que os cartolas da CBF vão pensar menos em si e nas federações e mais no futebol brasileiro? Por que não se preocupam menos em impedir a aprovação da medida provisória, que visa moralizar o futebol brasileiro, e se abrem para repensar o campeonato brasileiro de um modo que caibam muito mais clubes e que joguem praticamente o ano inteiro?
A chegada de Marco Polo Delnero e Walter Feldeman à CBF prometia um pouco mais de diálogo sério com aqueles que lutam pela reconstrução do futebol brasileiro pós Copa de 2014. Mas parece que foi um puro engano. Pelo jeito, o que querem é mais do mesmo e perpetuidade no poder.
A final paulista teve como protagonistas Palmeiras e Santos. Dois clubes que estão tentando se reinventar e seguir de forma sólida e sustentável dentro do futebol brasileiro.
Deu Santos, assim como poderia ter dado Palmeiras. O alvinegro praiano venceu no tempo normal e levou a decisão para os pênaltis, o que já é uma forma de decisão que deixa o resultado menos aderente a quem foi o melhor durante a competição, ou pelo menos no jogo final.
No jogo deste domingo poderia ter dado qualquer um. O Santos foi muito melhor no primeiro tempo e o Palmeiras se esforçou e mesmo com um jogador a menos conseguiu levar a decisão para os pênaltis. Ganhou o Santos e está de bom tamanho. O clube com grandes problemas financeiros montou um time de garotos e com um técnico de casa conseguiu jogar um futebol de bom nível e se sagrar campeão.
Parabéns Santos. Bela lição de coragem e vontade de acertar.