São-paulinos, o melhor está por vir
Abilio Diniz
Em clássico pelo Paulistão, o São Paulo tem nova derrota para o Corinthians. Mas não há motivo para tristeza. O jogo de hoje não valia nada, como não valem nada os campeonatos regionais. Eles só fazem sentido para os cartolas da CBF, que se negam a buscar um formato mais inteligente em benefício do futebol brasileiro.
Mas vamos ao jogo: apesar de o São Paulo ter atuado um pouco melhor do que no primeiro confronto contra o Corinthians neste ano – naquela apática partida pela Libertadores, o time de Muricy repetiu os mesmos erros quem vem cometendo.
Mesmo dominando a posse de bola e com um maior número de finalizações que o alvinegro, o São Paulo não conseguiu marcar – assim como aconteceu contra o Rio Claro na rodada anterior.
A defesa continua só olhando a bola, sem marcar o jogador adversário, deixando-o livre, como aconteceu com o Danilo, que recebeu a bola completamente sem marcação. Além disso, o São Paulo se mantém muito lento na transição defesa-ataque.
O time até tentou jogar pelas laterais, mas não conseguiu chegar à linha de fundo. Em resumo, o São Paulo só tem uma jogada: tabelinha se entradas pelo meio. Quando joga contra uma defesa bem armada, não consegue fazer nada.
Enquanto o São Paulo não tem jogadas ensaiadas, o Corinthians tem várias – tanto que Danilo chegou a declarar no intervalo que seu gol foi resultado de uma jogada ensaiada.
São-paulinos, reconheço que perder para um rival é sempre doído. Mas, quem sabe o episódio de hoje possa ser revertido em um aprendizado. Os jogos que valem realmente algo vêm pela frente.
Daqui a duas semanas, enfrentaremos o San Lorenzo pela Libertadores. Quem assistiu ao jogo dos argentinos contra o Corinthians, viu que o time é um adversário difícil. E o jogo que poderemos realmente lavar a alma é o último da fase de grupos pela Libertadores, contra o Corinthians no Morumbi.
Ainda estamos no começo do ano. Temos tempo para nos recuperar. Mas, para isso, é preciso trabalhar e treinar o lado tático, criar jogadas ensaiadas, fazer com que os jogadores se conscientizem de que a marcação deve ser dura, além de conferir velocidade à transição defesa-ataque e criar meios para chegar à linha de fundo.
Não vamos nos lamentar. Vamos olhar com otimismo para frente e ter em mente que para jogar contra o Corinthians de Tite é preciso muito mais que futebol. É preciso também uma boa dose de esperteza.
Por último, uma palavra sobre o Palmeiras, que conquistou sua sexta vitória consecutiva. O Alviverde agora vive uma boa fase com um bom elenco, um belo estádio e conta com forte patrocínio. Enfim, tem tudo para voltar a brilhar. Resta saber se Oswaldo de Oliveira conseguirá dar ao Palmeiras tudo o que ele precisa. Vamos ver.