Mais uma vez, São Paulo tropeça nas próprias pernas
Abilio Diniz
O São Paulo empatou com o Vasco em pleno Morumbi e perdeu dois pontos preciosos na luta pelo G4. O time repetiu o mesmo desempenho medíocre que teve contra o Fluminense, no Rio de Janeiro, no meio da semana.
No Rio, o São Paulo só começou a jogar quando tomou o segundo gol. E aí não adiantava mais segurar o time atrás à espera de uma bola matadora que pudesse definir o jogo.
Curiosamente, mas não por acaso, hoje o São Paulo jogou muito melhor no começo do segundo tempo, com um homem a menos, do que com o time completo. E não adianta culpar o juiz pela marcação do pênalti inexistente e pela expulsão de Matheus Reis. Isso seria varrer os erros para debaixo do tapete.
Olhando para o primeiro tempo, com 11 jogadores, o São Paulo jogou muito mal. Estava posicionado incorretamente em campo, sem criatividade, marcando errado e, além de tudo, com uma lentidão irritante.
No aspecto tático, o São Paulo nestes dois jogos foi muito mal com seu novo treinador. Mas não devemos culpar Doriva, um técnico jovem e que provavelmente terá um belo futuro. Temos que culpar quem o contratou.
Não é possível imaginar que um time que estava se acostumando com o futebol agressivo e por vezes até irresponsável de Juan Carlos Osório, fosse, de repente, se adaptar ao futebol extremamente contido e conservador de Doriva.
Além do aspecto tático, está faltando ao São Paulo, vibração, alegria, determinação e garra para enfrentar os desafios. O G4 está ficando cada vez mais difícil. Resta ainda a Copa do Brasil.
Na minha opinião, a chance de superar o Santos com este esquema tático e com este futebol são pequenas, mas o futebol é bonito e sempre repleto de surpresas.
Vamos torcer para chegarmos à final e também para que a nova diretoria consiga trazer esperança para os são-paulinos.