São Paulo dá vexame e sai do Paulista
Abilio Diniz
Após o jogo contra o São Bento, critiquei o São Paulo e, principalmente, seu esquema tático de jogo, ou melhor, a ausência dele. Disse que o time poderia passar pelo River Plate na Libertadores com o Morumbi repleto e a torcida apoiando o time. Mas, disse também que contra o Audax, a coisa poderia ser diferente.
Não deu outra. O time argentino não é mais nem sombra daquela equipe do ano passado, quando venceu a Libertadores. Com o estádio cheio e os jogadores atuando com muita garra, vencemos, continuamos vivos na competição, e o que é melhor, dependendo apenas de nós.
Mas, e este domingo? Foi o dia da verdade. O Audax é um time diferente, de uma alegria e beleza que beiram a irresponsabilidade. É uma equipe muito bem dirigida por um jovem técnico brasileiro que, se tiver chance, vai crescer ainda mais e mostrar que o Brasil não precisa de técnicos estrangeiros. Quem não concorda com isso, que dê uma olhada também no Atlético Mineiro dirigido pelo uruguaio Diego Aguirre.
O Audax sobrou frente ao São Paulo. Fernando Diniz não só deu um nó em Bauza, ''El Patón'', como o embrulhou para presente e o ofereceu para os cartolas encastelados no Morumbi. Foi um vexame.
Não dá para não criticar tamanha incompetência, principalmente porque leio nos jornais que ''El Patón'' quer ainda de três a cinco jogadores. Para que? Para colocá-los em campo e deixá-los perdidos, sem um mínimo esquema tático?
O São Paulo, além de não ter um modelo de jogo, não tem jogadas ensaiadas, não chega nunca à linha de fundo e joga em três blocos que não se entendem – defesa, meio-campo e ataque. É este o futebol moderno?
O Tricolor pode até vencer o The Strongest e continuar na Libertadores; vou torcer bastante por isso. Mas continuará sendo um time com bons jogadores e que poderia ter desempenho muito melhor se fosse bem dirigido. Os são-paulinos merecem muito mais.