Problema do São Paulo não são os jogadores
Abilio Diniz
Com oito jogadores considerados reservas, o São Paulo começou a partida contra o São Bento jogando muito bem. Sufocou o adversário e criou inúmeras chances de gol.
Isso comprova o que tenho dito sempre. O São Paulo tem bons jogadores, um bom elenco, com pelo menos dois atletas para cada posição com condições de serem titulares.
O que falta ao São Paulo é eficiência tática e técnica em todos os níveis, desde os cartolas até seu treinador.
De novo, Bauza foi mal. No segundo tempo, o São Bento mudou completamente a forma de atuar, passou a comandar o jogo e terminou vencedor. O São Paulo tinha volume, mas, de novo, faltava objetividade, um mínimo de esquema tático e jogadas ensaiadas.
Centurión começou muito bem e depois sumiu. Os volantes não chegaram no ataque e nem se apresentaram como alternativa de jogo. Jogando assim, as coisas ficam mais difíceis mesmo.
Li que torcedores cercaram o ônibus do São Paulo na saída do estádio em Sorocaba chamando o time de “sem vergonha”. Entendo que o torcedor tem direito de protestar pacificamente, mas acho as críticas mal endereçadas, porque os jogadores têm feito o que podem dentro de campo. Eles não são o problema no São Paulo hoje.
O time tem agora duas partidas muito importantes: na quarta-feira, contra o River Plate, da Argentina, quando praticamente decide seu futuro na Libertadores, e no final de semana contra o Audax, pelas quartas-de-final do Paulistão.
Contra os argentinos, dá para ganhar. O time do River deste ano não é sombra da equipe do ano passado. Já contra o Audax, a parada pode ser mais complicada. Mas, um jogo de cada vez.
Espero que os são-paulinos lotem o Morumbi nesta quarta-feira e aplaudam muito o time. Os jogadores têm se esforçado. Não têm culpa da bagunça administrativa e, portanto, merecem todo o apoio. Vamos torcer.