Futebol da Seleção não convence
Abilio Diniz
Não me iludi com o futebol apresentado pela Seleção Brasileira nesses dois jogos pelas eliminatórias.
Contra a Argentina, o time de Dunga escapou de levar uma goleada no primeiro tempo. Esquema tático ruim, time mal posicionado em sua defesa, um meio de campo perdido e ataque inoperante. Uma equipe sem criatividade e ousadia.
Na segunda etapa, quase levamos mais um gol logo nos primeiros minutos, em uma bola na trave, que certamente teria liquidado o jogo. Felizmente, Dunga fez alguma coisa, tirando Ricardo Oliveira, centroavante fixo, e colocando Douglas Costa, deslocando Neymar para o meio, com liberdade para se movimentar.
Em pouco tempo, o Brasil empatou e deu a falsa impressão que tinha melhorado muito. Só impressão. A Argentina cansou e tudo ficou mais fácil. O empate foi um grande resultado, um prêmio à ineficiência brasileira.
Ontem, contra o Peru, um time muito fraco, Dunga começou a partida na retranca. O adversário brasileiro chegava a formar uma última linha com cinco homens e era preciso chegar no ataque com mais gente.
O Brasil jogava de novo sem criatividade, com lentidão e vivendo da habilidade individual de alguns jogadores, como foi o caso de Willian no primeiro gol.
O início do segundo tempo foi igual e, de novo, em jogada brilhante de categoria individual, Douglas Costa deu o passe para Renato Augusto, que, em uma das raras vezes que chegou na frente, arrematou com categoria.
O Peru cansou e o Brasil fez o terceiro, novamente depois de bom chute de Douglas Costa, que o goleiro rebateu e Filipe Luís só completou para o gol.
O ponto positivo é que Neymar não jogou bem e a seleção se virou assim mesmo. Não podemos ficar sempre na dependência que nosso grande astro esteja em um dia maravilhoso e ganhe os jogos por todo o time.
Em resumo, Dunga pode até classificar o Brasil, mas vamos continuar jogando mal, sofrendo bastante e torcendo para que nossos adversários sejam mais ineficientes que nós.