Pobre futebol
Abilio Diniz
Estamos mal. Não me recordo de um outro momento em que a qualidade de nosso futebol estivesse tão baixa. São Paulo e Fluminense empataram em 0x0, mas o resultado mais justo, se fosse possível, seria os dois terem perdido. Que jogo horrível, digno de uma tarde fria no Morumbi.
O Fluminense veio para não jogar e não deixar jogar. Três homens no meio campo para matar o jogo numa clara demonstração que 0x0 seria um grande resultado. Por outro lado, o SP se mostrou totalmente incapaz de vencer este bloqueio e criar alguma coisa que levasse à vitória. E é importante não culpar os jogadores vendidos, pois os substitutos até que deram conta da tarefa.
Os erros continuam os mesmos: Ganso e Luís Fabiano não participam do jogo. Quando resolve jogar, Ganso é de uma lentidão irritante. O SP não tem velocidade, nem esquema de jogo. O que adianta deixar dois jogadores bem abertos pelas laterais se ninguém encosta para tentar uma jogada de linha de fundo? Michel Bastos ficou tão isolado na lateral que pouco participou do jogo. Luís Fabiano mal pegou na bola, até porque não foi lançado e ninguém encosta nele.
O SP continua sem saber o que fazer quando enfrenta retrancas como a de hoje. Tenho insistido muito no tema da importância dos treinadores e do esquema tático dos times. Isto é ainda mais evidente quando não se tem grandes craques como está acontecendo agora com o São Paulo, com a maioria dos clubes brasileiros e também com a própria seleção. Nesta hora, um bom técnico pode fazer a diferença. Juan Carlos Osório é um bom treinador. Agora é preciso treinar à exaustão um esquema tático eficiente e ganhador.
Não adianta reclamar se temos ou não bons jogadores. Neste momento, os jogadores que temos precisam saber o que fazer dentro de campo. E é importante perguntar ao Ganso se ele quer jogar ou prefere descansar no banco.