Quando o momento é difícil, o sofrimento aumenta
Abilio Diniz
Os são-paulinos ficaram aliviados com a vitória sofrida frente ao Danúbio, no Uruguai. Com três pontos à frente do San Lorenzo, além da diferença de três gols de saldo, esta posição dava ao São Paulo uma vantagem confortável apesar de ter um jogo a mais que seu adversário direto pela segunda vaga do grupo e a quase certeza de continuar na Libertadores.
Tudo isso porque ninguém poderia imaginar que o Corinthians não fosse capaz de vencer o San Lorenzo no Itaquerão. Mas, para aumentar o sofrimento dos são-paulinos, foi isso mesmo que aconteceu. O empate de zero a zero obriga o SP a ter que vencer o Corinthians no Morumbi dia 22, último jogo desta fase de grupo.
Impossível? Não, não é impossível! Mas o São Paulo vai ter que jogar um futebol que ainda não jogou este ano. E pode jogar!
O São Paulo está muito longe de ter um grande elenco, mas também não é tão ruim assim. Se todos seus jogadores resolverem se doar, entenderem que é fundamental para o clube e para eles continuarem na competição e se dispuserem a ganhar todas as divididas, marcar com pressão, correr como nunca, se antecipar aos adversários, enfim, fazer tudo aquilo que o futebol moderno exige, tenho certeza que o São Paulo terá grande chance de bater o Corinthians.
Milton Cruz, como já tenho dito aqui, tem procurado fazer algo diferente com os elementos que tem em mãos: tem poucas opções e tem um time de jogadores assustados, sem confiança e talvez até desmotivados. Jogadores que estão inseguros e antes de procurar acertar, priorizam não errar. Por isso, se livram da bola o mais rápido possível, tocando de lado ou dando chutões – jeito mais fácil de não se comprometerem.
Milton está armando o time no 4, 5 , 1, para mim, um esquema ao mesmo tempo ousado e eficiente. Ele não tem uma defesa de confiança e nem grandes atacantes. Com mais gente no meio do campo, pode marcar melhor e, teoricamente, chegar na área adversária com mais gente. Para isso, é preciso que o time defenda em bloco e suba ao ataque em grande velocidade e de forma compacta.
Com cinco homens capazes no meio campo, Denilson, Wesley, Hudson, Ganso e Michel Bastos e com Pato mais avançado, este esquema tático pode funcionar muito bem.
É preciso apenas que os jogadores resolvam ter atitude e correr o que não correram até agora.
Espero que Milton Cruz não desanime, que mantenha esse esquema inclusive no jogo deste domingo contra o Santos, que será um bom teste.