Blog do Abilio Diniz

Arquivo : agosto 2015

Bom jogo no Morumbi
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Abilio Diniz

São Paulo e Corinthians fizeram um jogo bonito e bem disputado.

O SP jogou melhor, teve mais volume de jogo, mas não conseguiu ganhar.

Colocou três bolas na trave e teve mais oportunidades, mas falhou no momento da execução.

Osorio está tentando dar ao SP um padrão de jogo dentro de uma tática interessante.

Tem coisas que gosto muito e outras nem tanto.

Não gosto de jogar com três zagueiros, mas da forma como Osorio propõe até posso aceitar.

Os zagueiros participam do jogo, avançam e abrem espaço em defesas fechadas.

Boa proposta.

O problema é que não temos um Puyol e nem mesmo um Miranda.

Esse esquema depende muito da qualidade dos jogadores e também de termos, pelo menos, um bom volante com capacidade para cobrir os avanços da zaga.

A defesa fica muito exposta, foi assim que o Corinthians marcou seu gol e poderia ainda antes ter feito mais um se Malcon não afobasse e chutasse por cima.

Mas acho que vale a pena prestigiar o treinador e esperar.

Gostei da movimentação do time e gostei das substituições, menos a de Michel Bastos no lugar de Carlinhos para a entrada de Wesley.

Michel não gosta de jogar na lateral e o time perde muito quando o tira do meio campo.

Mas gostei do retorno do Breno, após quase 4 anos sem jogar.

Apesar da falta de ritmo, mostrou personalidade. E mais, gostei dele como volante, acho que pode ser muito útil.

Enfim, não foi um bom resultado, mas também não foi de todo ruim.

Se está difícil atingir a liderança, pelo menos um lugar entre os quatro primeiros não está distante.

É preciso que o time fique blindado, longe do que se passa na direção do clube.

Se houver tranquilidade e salários em dia dá para esperar ainda bons resultados neste ano.


Uma luz no fim do túnel
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Abilio Diniz

Tivemos ontem a aprovação da Medida Provisória do Futebol pelo Congresso Nacional e sancionada pela presidente Dilma.

Otimista como sou, entendo que demos um importante passo no caminho da mudança da estrutura do nosso, hoje maltratado, futebol brasileiro.

Não há como chegarmos ao topo sem antes darmos os primeiros passos.

E foi exatamente isso que aconteceu.

A chamada “Bancada da Bola” conseguiu alterar alguns pontos relevantes no texto original da MP.

Ficou sim uma sensação de que podia ter sido melhor, mas outras tantas reivindicações de grupos interessados na modernização da gestão do futebol, como o pessoal do Bom Senso, por exemplo, foram atendidas.

Entendo que a partir de agora, inicia-se uma efetiva mobilização para que os dirigentes passem a se preocupar mais em gerir de maneira profissional suas entidades esportivas.

Até porque, se não houver uma real modificação na gestão, não haverá como refinanciar as dívidas milionárias que os clubes têm com a União.

Havia uma grande preocupação de que o texto inicial discutido e elaborado por gente interessada na mudança fosse aniquilado.

Felizmente isso não ocorreu, apesar das gestões contrárias que insistiram em empurrar a sujeira para debaixo do tapete.

Até mesmo uma CPI foi criada para investigar mais a fundo as relações existentes no futebol (e iremos falar um pouco mais sobre ela em outro artigo).

Beira o surreal estarmos discutindo para o futebol exigências que temos que cumprir em nossa residência, em nossas empresas.

Precisou que uma Medida Provisória fosse aprovada para que as entidades esportivas, em pleno 2015, tenham que ser obrigadas a cumprir aquilo que deveria ser habitual, como, por exemplo, manter as obrigações tributárias e trabalhistas em dia, ou publicar suas prestações de contas após a realização de uma auditoria independente.

Isso tudo para permitir que os clubes possam entrar em um refinanciamento de dívidas antigas com a União e receber incentivos fiscais.

Mas tudo bem. São etapas que precisam ser ultrapassadas. Além desses pontos básicos, há outros itens relevantes na MP aprovada. Um dos principais é a prorrogação da Lei de Incentivo ao Esporte até 2022.

Entre os anos de 2007 a 2014, por meio da Lei, foram captados mais de R$1,3 bilhões de reais das empresas, que foram investidos no esporte. Fica claro que, com boa gestão, a política esportiva no Brasil tem tudo para ficar cada vez melhor.

Está perfeito? Não.

Mas há uma luz no fim de um túnel que estava escuro, sujo e intocável. Temos que avançar por ela. Não pararmos por aqui.

Como empresário e, principalmente, amante de esporte, não deixarei de fazer o que estiver ao meu alcance para que as próximas gerações possam viver num país mais limpo e produtivo esportivamente.